Presidente da Guiana rejeita discutir fronteira com Maduro.

Mohamed Irfaan Ali disse que negociar a soberania de Essequibo não estará em pauta na reunião com o ditador venezuelano.

Presidente da Guiana, Mohamed Irfaan Ali Foto: Reprodução/YouTube Bloomberg Television

O presidente da Guiana, Mohamed Irfaan Ali, garantiu, nesta terça-feira (12), que a reunião com o venezuelano Nicolás Maduro tem como objetivo diminuir a tensão entre os dois países, mas não negociar a soberania do Essequibo. Ali e Maduro se encontrarão nesta quinta (14), em São Vicente e Granadinas, em uma reunião organizada pelo presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

– Tenho um mandato da Assembleia Nacional da Guiana, que é unânime em sua decisão de que a fronteira terrestre não é uma questão para discussões bilaterais e a resolução do assunto está nas mãos da Corte Internacional de Justiça (CIJ) – disse Ali em carta enviada ao primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas, Ralph Gonsalves.

Em entrevista à rede BBC, o presidente guianense disse também que mantém contato com uma série de aliados, incluindo Reino Unido, França e Brasil, e afirmou que todas as possibilidades de defesa estão sendo consideradas.

– Faremos tudo o que for necessário para garantir a soberania e a integridade territorial da Guiana. Custe o que custar, para proteger a segurança, a integridade territorial e a soberania da Guiana, nós o faremos – declarou.

Em meio à crise, o governo da Guiana ameaçou permitir que os Estados Unidos instalassem uma base permanente na América do Sul, logo após a Venezuela realizar o referendo sobre a anexação do território. A instalação de uma base americana bate de frente com os interesses do regime chavista na região, que já sofre com uma série de sanções impostas pelos EUA.

O ditador venezuelano Nicolás Maduro, por sua vez, criticou o envolvimento americano na disputa e questiona a competência do Tribunal Internacional de Justiça (CIJ) para resolver no caso.

– Desejo que, neste encontro de alto nível, possamos abordar as principais ameaças à paz e à estabilidade dos nossos países, entre elas o envolvimento do Comando Sul dos EUA, que iniciou operações no território em controvérsia. A presença dos EUA é contrária à nossa aspiração de manter a América Latina e o Caribe como uma zona de paz, livre de conflitos – resumiu.

*AE

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