2023 deverá ser o ano mais quente já registrado na história
Dado foi apontado por observatório da União Europeia.
O ano de 2023 será o mais quente já registrado na história, mostram dados recolhidos pelo observatório europeu Copernicus, de acordo com divulgação feita nesta quarta-feira (6). As informações coincidem com a realização da Conferência do Clima das Nações Unidas (COP28) em Dubai, onde são discutidas as questões relacionadas aos impactos dos combustíveis fósseis.
– A anomalia da temperatura global para novembro de 2023 foi equivalente à de outubro de 2023, e apenas inferior à anomalia de setembro de 2023 de 0,93°C – consta no relatório.
Novembro deste ano também foi cerca de 1,75°C mais quente do que a média estimada de novembro para 1850-1900, o período de referência pré-industrial designado.
– Para o ano civil até agora, de janeiro a novembro, a temperatura média global para 2023 é a mais alta já registrada, 1,46°C acima da média pré-industrial do período de 1850-1900 e 0,13°C acima da média de 11 meses para 2016, atualmente o ano civil mais quente já registrado – disse o Copernicus.
Ainda de acordo com o observatório, o El Niño continuou no Pacífico equatorial, com anomalias permanecendo inferiores às alcançadas nesta época do ano no evento de 2015. Esse fenômeno, associado ao agravamento das mudanças climáticas, esteve ligado a muitos eventos extremos neste ano, como as queimadas na Amazônia e os ciclones no Sul do país.
O outono boreal, de setembro a novembro de 2023, no Hemisfério Norte, foi o mais quente já registrado em todo o mundo por grande margem, com uma temperatura média de 15,30°C, ou seja, 0,88°C acima da média.
Na Europa, a temperatura média entre setembro e novembro de 2023 foi de 10,96°C, ficando 1,43°C acima da média. Isto tornou o outono boreal de 2023 o segundo mais quente já registrado, apenas 0,03°C mais fresco que o outono de 2020.
– As extraordinárias temperaturas globais de novembro, incluindo dois dias com mais de 2°C acima da média pré-industrial, significam que 2023 é o ano mais quente já registrado na história – afirmou Samantha Burgess, diretora adjunta do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus.
Para o diretor Carlo Buontempo, enquanto as concentrações de gases de efeito estufa continuarem a aumentar, não podemos esperar resultados diferentes daqueles observados este ano.
– A temperatura continuará a subir, assim como os impactos das ondas de calor e das secas. Alcançar emissões líquidas zero o mais rapidamente possível é uma forma eficaz de gerir os nossos riscos climáticos – afirmou ele.
*AE