Reféns do Hamas aguardavam horas para poder usar banheiro.

Cadeiras de plástico serviam como camas, e refeições de pão e arroz também faziam parte da rotina dos reféns.

Ambulância preparada para receber reféns em Tel Aviv Foto: EFE/EPA/CHRISTOPHE PETIT TESSON

Cadeiras de plástico serviam como camas. Refeições de pão e arroz. Horas esperando para ir ao banheiro. À medida que os reféns chegam em Israel, após sete semanas mantidos como prisioneiros pelo grupo terrorista Hamas, as informações sobre as condições do cativeiro começam a surgir.

Os 58 reféns libertados, após um acordo de cessar-fogo nos últimos três dias, permaneceram em grande parte fora dos olhos do público, com a maioria ainda em hospitais de todo o país.

Quase dois meses depois de terroristas do Hamas os terem arrastado para Gaza durante um sangrento ataque transfronteiriço a Israel, que também matou 1,2 mil pessoas, a maioria dos reféns libertados parece estar em condições físicas estáveis.

As informações sobre as condições do seu cativeiro foram rigorosamente controladas, mas os familiares dos reféns libertados começaram a partilhar detalhes sobre as experiências dos seus entes queridos.

Merav Raviv, cujos três parentes foram libertados pelo Hamas na última sexta-feira (24), disse que eles foram alimentados de forma irregular e comeram principalmente arroz e pão. Ela disse que sua prima e tia, Keren e Ruth Munder, perderam cerca de sete quilos cada uma em apenas 50 dias.

Raviv disse que ouviu de seus familiares libertados que eles dormiram em fileiras de cadeiras juntas em uma sala que parecia uma área de recepção. Eles disseram que às vezes tinham que esperar horas antes de ir ao banheiro.

Adva Adar, neta da refém libertada Yaffa Adar, de 85 anos, disse que sua avó também havia perdido peso. Adva relatou ainda que a avó foi levada cativa convencida de que seus familiares estavam mortos, apenas para receber a notícia de que haviam sobrevivido. Mesmo assim, a sua libertação foi agridoce: ela também descobriu que a sua casa tinha sido devastada por terroristas.

– Para uma mulher de 85 anos, normalmente você tem sua casa onde criou seus filhos, tem suas memórias, seus álbuns de fotos, suas roupas (…). Ela não tem nada e na velhice precisa recomeçar. Ela mencionou que é difícil essa situação – disse a neta de Yaffa.

Ao abrigo do atual cessar-fogo de quatro dias, o Hamas concordou em libertar um total de 50 reféns israelenses em troca de Israel libertar 150 prisioneiros de segurança palestinos e aumentar a ajuda ao enclave atacado. Cerca de 18 cidadãos estrangeiros, a maioria tailandeses, também foram libertados.

Mais 11 reféns serão libertados nesta segunda (27), no último dia do cessar-fogo, deixando ainda cerca de 180 reféns na Faixa de Gaza. As autoridades israelenses disseram que estão dispostas a estender a trégua um dia para cada dez reféns libertados pelo Hamas.

*AE

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