Moraes assinou a sentença de morte de Cleriston, diz colunista
J.R. Guzzo diz em seu artigo que o réu do 8/1 “foi vítima de um assassinato legal”.
O colunista da Gazeta do Povo, J. R. Guzzo, dedicou seu artigo desta quinta-feira (23) a explorar o que chamou de “assassinato legal” de Cleriston Pereira da Cunha, preso por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, por participação nos atos de 8 de janeiro, que depredaram sedes dos Três Poderes, no Distrito Federal.
O réu morreu na última segunda-feira no presídio da Papuda, em Brasília, apesar do parecer favorável a sua soltura, expedido pela Procuradoria-Geral da República desde setembro. Mas o documento nunca foi apreciado por Alexandre de Moraes.
Guzzo menciona que a Justiça foi informada sobre o delicado estado de saúde de Cleriston, que lidava com comorbidades.
– No dia 27 de fevereiro, um laudo médico oficial informou à autoridade pública que ele corria “risco de morte” se não fosse levado a um hospital: precisava de tratamento urgente para um quadro de saúde grave, causado pela combinação de enfermidades cardíacas, diabetes, hipertensão e distúrbios no sistema circulatório.
A defesa do réu solicitou, com base nesse documento, que ele fosse internado em um hospital.
– No dia 1º de setembro, o próprio Ministério Público, o responsável pela acusação, pediu a sua soltura para que ele pudesse receber cuidados médicos de emergência. O relator do processo, ministro Alexandre de Moraes, ignorou o laudo, a petição da defesa e a solicitação do MP – observou o colunista.
Ao se debruçar sobre a dinâmica dos fatos, o jornalista afirma que o ministro Alexandre de Moraes “assinou com isso a sentença de morte de um preso que estava sob a sua custódia e que não tinha nem sequer sido julgado, após quase um ano na prisão”.
– A única pessoa que podia evitar que Cleriston morresse é Alexandre de Moraes. Não tomou nenhuma das medidas necessárias para isso – ao contrário.
A crônica destaca que “a única defesa com que Moraes e o STF contam é o silêncio”, o que, de fato, tem ocorrido sobre o caso em questão.
Por: Marcos Melo
PLENO.NEWS