Moradores do Santa Marta ocuparam a Rua São Clemente, em BotafogoReprodução

Rio – Moradores da comunidade Santa Marta, em Botafogo, na Zona Sul do Rio, realizaram um protesto, na noite desta quarta-feira (22), para pedir a normalização do fornecimento de água e energia na região. 
Segundo o guia turístico e líder comunitário Thiago Firmino, o Santa Marta está há dias sem água e o fornecimento de energia está precário. O morador contou que o problema é recorrente na região e, com o aumento da temperatura nos últimos dias, a comunidade resolveu se posicionar.
“A manifestação é legítima dos moradores do Santa Marta. A favela está há vários dias sem água. A iluminação também está deficiente. A Light até hoje não resolveu o problema. Então, a gente colocou o povo na rua. A galera está fazendo um manifesto. Total direito. A gente tem que parar a rua, tem que ocupar. Não dá para ficar nesse calor dentro da favela com sol de 40 °C, pagando conta e recebendo nada. Santa Marta bota o pé na rua!”, disse.
Moradores foram para os acessos à comunidade com microfone para pedir pela normalização do serviço. “Queremos os direitos que todas as pessoas tem. É vergonhoso. Eu com 54 anos podendo estar na minha casa com água e com tudo que eu tenho direito porque eu trabalho pra isso, mas tenho que estar na rua gritando que nem uma louca que é direito da minha comunidade. O Santa Marta é uma comunidade maravilhosa. É injusto ver os moradores passando necessidade que passam”, disse uma moradora presente.
A Rua São Clemente, também em Botafogo, chegou a ter uma faixa interditada pelos manifestantes, de acordo com o Centro de Operações Rio (COR).
Procurada, a Águas do Rio informou que o abastecimento da comunidade do Santa Marta foi afetado por um vazamento de grandes dimensões em Botafogo, nesta terça-feira (21). O reparo já foi finalizado e o abastecimento está sendo retomado de forma gradativa. A concessionária reforçou que foi um problema pontual e que o abastecimento na comunidade é regular.
Também questionada, a Light ainda não respondeu. O espaço está aberto para manifestação.
Por: Romulo Cunha
O DIA