Lula diz que guerra ocorre por injustiça contra a Palestina.

Presidente voltou a criticar Israel pelo conflito no Oriente.

Lula Foto: Fabio Pozzebom/ Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas decorre, em parte, por causa “de décadas de frustração e injustiça” vivenciadas pela Palestina, representada pela ausência de um “lar seguro” aos cidadãos.

A fala foi feita em discurso na Cúpula Virtual Extraordinária do Brics, nesta terça-feira (21). A íntegra da fala de Lula foi divulgada pelo Palácio do Planalto após a participação do chefe do Executivo, que não contou com transmissão ao vivo.

De acordo com o brasileiro, é imprescindível e valiosa a atuação do grupo dos Brics em sua nova configuração, após incorporação de mais seis países como membros, na “autocontenção” e redução da escalada do conflito. Para isso, Lula chamou atenção para dois pontos específicos da guerra.

De acordo com o petista, o grupo deve atuar para que o combate não se alastre aos países vizinhos. Nesse sentido, Lula citou a importância de uma negociação diplomática “justa”.

– O Brasil não acredita que a paz seja criada apenas pela força das armas – comentou.

Na avaliação do petista, a única solução possível para a guerra é reconhecimento de um Estado palestino “viável”, que viva lado a lado com Israel, mas com “fronteiras seguras e mutuamente reconhecidas”.

– A Iniciativa Árabe para a Paz, apresentada pela Arábia Saudita e adotada pela Liga dos Estados Árabes em 2002, nos parece um excelente ponto de partida. Precisamos retomar com a maior brevidade possível o processo de paz entre Israel e Palestina – declarou.

Apesar de, no discurso, Lula condenar os atentados terroristas do grupo Hamas em 7 de outubro, ele voltou a dizer que o episódio não justifica o uso “de forma indiscriminada e desproporcional” de Israel contra civis. Segundo Lula, o mundo está diante de uma “catástrofe humanitária” e que inocentes, sobretudo mulheres, idosos e crianças, pagam o preço pela insanidade da guerra.

O brasileiro voltou a condenar a paralisia do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) e o poder de veto de membros permanentes da resolução proposta pelo país à frente da presidência do órgão, em outubro.

– A paralisia do conselho é mais uma demonstração da urgência da sua reforma – disse.

Lula terminou a fala reiterando a importância do Brics para a solução da guerra no Oriente Médio.

– Estou convencido do potencial deste grupo para mobilizar as forças políticas e diplomáticas em favor da resolução pacífica de controvérsias. O Brasil seguirá pronto a apoiar todas as iniciativas que levem a uma solução política para esse conflito – finalizou.

*AE

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