Calor impulsiona demanda e faz Brasil acionar usinas térmicas.

Demanda por usinas térmicas aumentou mais de 60% na última semana.

Torres de transmissão de energia elétrica Foto: Marcos Santos/USP Imagens

A forte onda de calor que tem afetado diversas regiões do Brasil, nos últimos dias, impulsionou a demanda por energia elétrica e levou o Operador Nacional do Sistema Elétrico a ter de acionar as usinas térmicas. Mais caras e mais poluentes, elas normalmente só são acionadas quando os reservatórios das hidrelétricas estão em baixa, mas o cenário atual trouxe uma nova exceção.

Antes do pico de demanda, as usinas térmicas estavam mantendo um padrão médio de cerca de 7 mil megawatts por dia. No início da última semana, no entanto, houve recorde de demanda e a produção começou a subir até atingir a marca de 63% de alta entre o último domingo (12) e terça-feira (14).

O custo mais alto da energia gerada pelas termoelétricas decorre do valor dos combustíveis fósseis, como o gás natural. Com o conflito no Oriente Médio, os derivados do petróleo subiram de preço.

À TV Globo, o ex-diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) Tiago de Barros Correia disse que são necessários investimentos em redes de transmissão.

– O correto numa situação normal era a gente aproveitar a energia gerada pelo Sol e pelo vento e fazer armazenamento de água nos reservatórios e guardar a termoelétrica. Mas, no contexto atual, de hoje, a gente tem que desperdiçar um pouco de vento, de Sol, [pois] não consegue escoar pela rede – destacou.

Segundo a Aneel, tem sido mantido um amplo diálogo com o Ministério de Minas e Energia, distribuidoras e prefeitos dos municípios atingidos com o objetivo de definir protocolos para melhorar as respostas aos eventos climáticos severos, aprimorando os planos de prevenção e redução de danos.

Por: Paulo Moura

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