O presidente de Israel, Isaac Herzog, declarou à Agência EFE nesta quinta-feira (16) que não são sérias as negociações com o grupo terrorista palestino Hamas para a libertação dos reféns sequestrados na Faixa de Gaza.

– Não tenho certeza de que as negociações sejam reais. Para ser honesto, ainda não vejo uma resposta séria do Hamas. Vejo que há idas e vindas. Sei que há um processo de mediação do Catar – disse Herzog em entrevista na residência presidencial em Jerusalém.

O presidente israelense expressou receio de que o Hamas esteja fazendo “jogos psicológicos para enlouquecer Israel”.

– Este é o momento de oferecer algo e mostrar sua seriedade quanto à libertação dos reféns, começando pelas crianças e mulheres – declarou Herzog, referindo-se à possível libertação de pelo menos alguns dos 239 prisioneiros na Faixa de Gaza sequestrados durante o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro.

Herzog ainda agradeceu ao Egito pela postura “muito ativa e positiva” ao apresentar propostas, apesar das “circunstâncias complexas”.

Perguntado se Israel está pronto para embarcar em uma troca de prisioneiros, como o Hamas solicitou, o presidente negou.

– Ainda estamos longe disso, não sabemos se elas [negociações] são sérias – analisou.

Herzog também afirmou que o líder do Hamas na Faixa de Gaza, Yahya Sinwar, “é um megalomaníaco ao estilo de Hitler” que “não entende a capacidade dos seres humanos de conversar”.

Essas declarações foram feitas logo após o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, reconhecer que o papel de seu país nas últimas horas é tentar mediar com o Catar para que o grupo islâmico palestino concorde com a libertação de alguns dos reféns.

– Tenho pequenas esperanças. Estou profundamente envolvido no avanço da negociação dos reféns – comentou Biden nesta quarta-feira (15), em entrevista coletiva concedida após a reunião bilateral com o presidente da China, Xi Jinping, na baía de San Francisco.

De acordo com fontes árabes com conhecimento do estado das negociações, o Catar está liderando a mediação entre Israel e Hamas para libertar 50 reféns, principalmente mulheres e crianças, em troca da libertação de mulheres e crianças palestinas detidas em prisões israelenses e de um cessar-fogo temporário de cinco dias.

*EFE