Israel retirou no último sábado (28), sua embaixadora na Turquia após discurso de Erdogan

Crise com a Turquia ocorre após discurso inflamado do presidente turco contra Israel.

Erdogan Foto: EFE/EPA/ERDEM SAHIN

O ministro das Relações Exteriores israelense, Eli Cohen, anunciou, no último sábado (28), a retirada dos representantes diplomáticos do Estado judeu baseados na Turquia, em aparente reação ao discurso inflamado do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, que comparou os bombardeios de Israel contra a Faixa de Gaza com o Holocausto.

– Vendo as graves declarações que chegam da Turquia, ordenei o retorno dos representantes diplomáticos daquele país para proceder a uma reavaliação das relações entre Israel e Turquia – escreveu Cohen na rede social X, antigo Twitter.

Horas antes, em discurso perante uma grande multidão em Istambul, Erdogan comparou o bombardeio israelense na Faixa de Gaza ao Holocausto judeu e às bombas atômicas da Segunda Guerra Mundial, atribuindo tudo à mentalidade do “Ocidente”.

– Eles são bons em matar. Aniquilaram judeus em câmaras de gás, apagaram cidades do mapa com os seus habitantes dentro com bombas atômicas. A mesma mentalidade que vemos hoje em Gaza – disse o presidente turco durante a manifestação.

Na última terça-feira (24), Erdogan tinha declarado que o Hamas, a organização terrorista islâmica que domina Gaza e que lançou um ataque contra Israel há três semanas, matando mais de 1.400 pessoas, a maioria civis, “não é uma organização terrorista, mas um grupo de combatentes da liberdade”.

Há pouco mais de um ano, Israel e Turquia trocaram embaixadores, após cinco anos de tensões, dando início a uma reconciliação que culminou com a visita do presidente israelense, Isaac Herzog, a Ancara, em março, estando prevista uma visita de Netanyahu à Turquia e uma visita de Erdogan a Israel.

Mas Erdogan anunciou na última terça-feira que abandonou este plano e, nos últimos dias, aumentou o tom de suas críticas a Israel.

De acordo com a imprensa israelense, os representantes diplomáticos de Israel na Turquia já retornaram ao seu país na última quinta-feira (26) por razões de segurança, mas tratou-se de uma “medida temporária”, enquanto a mensagem de Cohen transmite uma mensagem diplomática de ruptura.

*EFE

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