Patricia Bullrich declara apoio a Milei no 2º turno na Argentina.

Ex-candidata diz que vitória de Sergio Massa “levaria a Argentina ao seu declínio final”.

Javier Milei e Patricia Bullrich Foto: EFE/ Longarina

A ex-candidata da coligação opositora de centro-direita Juntos pela Mudança, Patricia Bullrich, apoiará o ultraliberal Javier Milei, com quem reconheceu ter “diferenças”, no segundo turno das eleições presidenciais da Argentina, segundo ela própria anunciou nesta quarta-feira (25).

Em uma coletiva de imprensa realizada em Buenos Aires juntamente com Luis Petri, que foi candidato a vice-presidente em sua chapa, a ex-ministra da Segurança disse que não poderiam ser “neutros” no segundo turno e que estava “diante do dilema da mudança ou continuidade mafiosa”.

Bullrich ficou em terceiro lugar (com 23,83% dos votos) nas eleições realizadas no último domingo (22) e vencidas pelo candidato da coalizão governista União pela Pátria, Sergio Massa, com 36,28%, à frente de Milei, líder do partido A Liberdade Avança, que obteve 29,98%.

– A Argentina, do nosso ponto de vista, não pode reiniciar um novo ciclo kirchnerista liderado por Sergio Massa, isso levaria a Argentina ao seu declínio final – afirmou Bullrich na coletiva de imprensa.

– Hoje devemos unir forças para um objetivo maior – acrescentou, citando ainda o herói nacional argentino José de San Martín ao dizer que “quando o país está em perigo, tudo é permitido, exceto não defendê-lo”.

Para a chapa presidencial que ficou em terceiro lugar nas eleições, se Massa vencer, o Estado “continuará a ser um covil” de funcionários que não trabalham, privilégios para políticos, “gestores da pobreza” e mafiosos.

Bullrich, que regressou à presidência do partido Proposta Republicana (Pro) após a licença pedida para a campanha, declarou ainda que a atual vice-presidente, Cristina Kirchner, “continuará escolhendo juízes a dedo” para garantir sua impunidade, “o capitalismo de amigos será a regra”, o Congresso “se tornará um cartório”, os governadores dependerão da “discricionariedade” do Executivo e a segurança estará “em jogo”.

Por sua vez, Petri afirmou que “a neutralidade é funcional ao kirchnerismo”, em alusão à ala do peronismo encarnada pelo falecido ex-presidente Néstor Kirchner e também por Cristina.

Bullrich e Petri esclareceram ainda que manifestaram sua posição em nome dos 6,2 milhões de votos obtidos último domingo, mas que os partidos da coligação Juntos pela Mudança – incluindo o Pro e a União Cívica Radical (UCR), à qual pertence o ex-candidato à vice-presidência – “têm liberdade de ação.”

– Esperemos que isto não signifique uma ruptura no diálogo interno, mas sim um fortalecimento do futuro da Juntos pela Mudança – disse Bullrich, que mais tarde acrescentou:

– Na minha perspectiva, se o kirchnerismo vencer, a Juntos pela Mudança sofrerá um dissolução total.

*EFE

Por: Monioque Mello

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