Deputados denunciam membro do PCO por “palmas” ao Hamas.

Pedido foi feito durante manifestação e o autor é filho do presidente da sigla.

Bandeira de Israel foi queimada durante ato em São Paulo Foto: EFE/ Isaac Fontana

Deputados do PL pediram que a Polícia Civil de São Paulo investigue um membro do Partido da Causa Operária (PCO) por apologia ao crime de terrorismo. Em uma manifestação na Avenida Paulista no último domingo (22), o homem pediu uma “salva de palmas” ao Hamas, à Jihad Islâmica e aos demais grupos armados pró-Palestina. O grupo terrorista Hamas é responsável por ataques com assassinatos e sequestros de civis em Israel no início do mês.

– Eu queria fazer aqui uma… chamar uma salva de palmas pra todos os grupos armados: pro Hamas, pra Jihad Islâmica, pra todos os grupos que lutam pela Palestina! Viva o Hamas! Salve! Viva a Palestina! – diz o integrante da sigla.

No ofício enviado ao delegado-geral Artur José Dian, parlamentares como Carla Zambelli (PL-SP), Bia Kicis (PL-DF) e Nikolas Ferreira (PL-MG) não informam a identidade do rapaz e pedem que isso seja feito pelos policiais.

Em contato do Estadão com o PCO, João Pimenta, que integra o Comitê Central da legenda, disse que foi o autor da declaração denunciada pelos deputados. Ele é filho do presidente do partido, Rui Costa Pimenta.

– Como é publicamente sabido, o grupo terrorista Hamas tem assumido a autoria de diversos crimes e atentados ao Estado de Israel e à população judaica, com o assassinato em série de centenas cidadãos judeus e sequestros de civis, inclusive crianças – dizem os parlamentares no ofício.

Ainda segundo os deputados, a fala do membro do PCO não está protegida pelo direito à liberdade de expressão, porque é “a apologia e a exaltação pública de grupo reconhecidamente terrorista”.

João Pimenta rebateu, dizendo que a denúncia dos parlamentares é “hipócrita”.

– Esses senhores passaram quatro anos reclamando do cerceamento, justamente, da liberdade de expressão que o Alexandre de Moraes está provocando no país. Um verdadeiro avanço ditatorial. Aí, a chave vira e, de repente, eles são os caçadores da liberdade de expressão. É chato falar, mas eles merecem Alexandre de Moraes. Eles fazem exatamente a mesma coisa quando é contra os inimigos deles – disse.

João Pimenta afirmou ainda que o Brasil não considera o Hamas como terrorista e, por isso, a declaração dele não pode ser considerada apologia ao terrorismo.

– Eles não têm autoridade moral, nem política, para se colocar como grandes defensores da lei e da ordem depois da bagunça que eles promoveram em Brasília no 8 de janeiro – concluiu o integrante do PCO.

*AE

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