Hamas foi treinado no Irã antes dos ataques de 7 de outubro.

Cerca de 500 militantes do Hamas e da Jihad Islâmica Palestina participaram dos exercícios.

Presidente do Irã, Ebrahim Raisi Foto: EFE/EPA/ABEDIN TAHERKENAREH

Nas semanas que antecederam o ataque do Hamas a Israel, em 7 de outubro, centenas de combatentes do grupo terrorista islâmico palestino receberam treinamento de combate especializado no Irã, segundo pessoas familiarizadas com a inteligência relacionada ao ataque. Cerca de 500 militantes do Hamas e de um grupo aliado, a Jihad Islâmica Palestina, participaram dos exercícios em setembro, que foram liderados por oficiais da Força Quds, o braço de operações estrangeiras do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã, disseram as pessoas.

Mais de 1.400 pessoas, a maioria civis, foram mortas em 7 de outubro por combatentes do Hamas que cruzaram a fronteira vindos da Faixa de Gaza. Dezenas de outras pessoas foram raptadas e levadas de volta para Gaza, onde são mantidas reféns.

Os terroristas do Hamas usaram drones aéreos para desativar postos de observação israelenses e equipamentos de vigilância de alta tecnologia. Alguns usaram parapentes para voar para Israel. Outros andavam em motocicletas, comumente usadas por grupos paramilitares iranianos, mas não pelo Hamas até 7 de outubro.

Autoridades dos Estados Unidos disseram que o Irã treina regularmente militantes no Irã e em outros lugares, mas não há indicações de treinamento em massa logo antes do ataque. Autoridades dos EUA e pessoas familiarizadas com a inteligência afirmaram não ter informações de que o Irã tenha realizado treinamento especificamente para se preparar para os acontecimentos de 7 de outubro.

Nesta quarta-feira (25), os militares de Israel fizeram alguns dos comentários mais contundentes até agora sobre o papel do Irã na ajuda ao Hamas e a outros grupos militantes.

– Antes da guerra, o Irã ajudava diretamente o Hamas com dinheiro, treinamento, armas e conhecimento tecnológico – disse o contra-almirante Daniel Hagari, porta-voz principal dos militares.

– Mesmo agora, o Irã está a ajudar o Hamas com inteligência.

O Wall Street Journal, citando altos funcionários do Hamas e do Hezbollah, informou que a Força Quds ajudou a planejar o ataque e concordou que este poderia prosseguir numa reunião em Beirute, no dia 2 de outubro, com líderes do Hamas e do Hezbollah. Um conselheiro do governo sírio e um funcionário europeu deram o mesmo relato sobre o envolvimento do Irã.

Autoridades do Hamas vangloriaram-se do apoio do Irã desde os ataques.

– O Hezbollah e o Irã nos apoiaram com armas, conhecimentos e tecnologia – disse Khaled Meshaal, um alto funcionário do Hamas em Doha, numa entrevista à Al Arabiya.

*AE

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