Lula sobre caos no Rio: “Problema crônico no combate ao crime”.

Petista diz que vai reunir prefeitos e governadores.

Presidente Lula Foto: EFE/André Borges

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, nesta terça-feira (24), que o Brasil “tem um problema crônico no combate ao crime organizado” ao comentar a série de ataques a ônibus que afetou a Zona Oeste do Rio de Janeiro nesta segunda (23). Ele disse ter conversado com o ministro da Justiça, Flávio Dino, e que vai conversar com o titular da Defesa, José Múcio, para usar a estrutura dessas pastas no combate ao crime organizado e à milícia no estado.

– Este governo não vai se esconder e dizer que é só problema dos estados. Eu já conversei com o Flávio Dino e hoje vou conversar com o Múcio. Vamos usar a estrutura dos Ministérios da Justiça e da Defesa para ajudar a combater o crime organizado e a milícia no Rio. Nós queremos compartilhar as soluções dos problemas dos estados com o governo federal – disse o petista.

Lula disse ainda que é necessário reunir prefeitos e governadores junto ao governo federal para “pensar soluções conjuntas” e criticou a política armamentista.

– A liberação das armas, de forma atabalhoada, fez com que o crime organizado se apoderasse de mais munição e vimos isso nos últimos anos – afirmou.

Ao menos 35 coletivos foram incendiados na Zona Oeste do Rio de Janeiro, segundo o sindicato que reúne as empresas de ônibus da capital. Segundo a Polícia Civil, os ataques foram praticados por um grupo de milicianos em represália à morte de Matheus da Silva Rezende, que era conhecido com Faustão ou Teteu, durante confronto com policiais civis numa favela de Santa Cruz, bairro da Zona Oeste.

O Rio de Janeiro conta desde o dia 16 de outubro com o reforço de 570 agentes federais para incrementar a segurança em áreas de risco e no patrulhamento de estradas e rodovias. Do total, 300 deles integram a Força Nacional (FN) e 270 são agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

MORTE DE MILICIANO DESENCANDEOU ATAQUES
Matheus da Silva Rezende, de 24 anos, é sobrinho de Luis Antônio da Silva Braga, o Zinho, que desde 2021 é o líder do principal grupo miliciano que atua no Rio. Rezende era o segundo na hierarquia do grupo, segundo a polícia.

Ele foi morto durante confronto com policiais civis da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), o grupo de elite da Polícia Civil fluminense, e do Departamento Geral de Polícia Especializada (DGPE), na favela Três Pontes, em Santa Cruz. Nessa mesma operação, uma criança de 10 anos foi atingida de raspão na perna por uma bala perdida. Medicada, ela passa bem.

Depois da morte, os ônibus começaram a ser atacados e incendiados. Segundo o sindicato das empresas de ônibus, esse já é o maior ataque a ônibus da história do Rio. São 20 de linhas municipais, cinco do BRT e dez avulsos, de fretamento. Também foi colocado fogo em um trem.

*AE

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