Após dizer que Putin não seria preso no Brasil, Lula diminui tom.
Petista declarou que eventual decisão sobre prisão do presidente russo caberia ao Judiciário.
Após afirmar em entrevista ao canal indiano Firstpost que convidaria o presidente russo Vladimir Putin para a Cúpula do G20 no Rio de Janeiro, no próximo ano, e que o chefe de Estado não seria preso se viajasse ao Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) diminuiu o tom nesta segunda-feira (11) e disse que uma decisão nesse sentido caberá à Justiça.
Na entrevista concedida ao veículo de imprensa indiano, que foi ao ar na tarde do último sábado (9), Lula afirmou que Putin poderia “ir tranquilamente para o Brasil”, aparentemente ignorando os mandados de prisão contra o russo emitidos pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), do qual o Brasil é signatário.
– Eu posso lhe dizer, se eu for o presidente do Brasil e ele for ao Brasil, não há por que ele ser preso – disse.
Ao voltar a falar sobre o tema, em conversa com jornalistas nesta segunda em Nova Déli, para onde viajou para participar da Cúpula do G20 deste ano, Lula mudou o tom e declarou que uma eventual decisão sobre a prisão de Putin em território brasileiro caberia ao Judiciário.
– Isso quem decide é a Justiça. Não é o governo nem o Parlamento. É a Justiça que vai decidir – apontou.
Já ao ser questionado se retiraria o Brasil do TPI, Lula disse que precisa estudar melhor o acordo e afirmou que países como Rússia e Estados Unidos não participam do tribunal.
– Eu não estou dizendo que vou sair de um tribunal. Eu só quero saber… e isso só me apareceu agora. Eu nem sabia da existência desse tribunal – disse.
Apesar de o petista falar que não “sabia da existência” do TPI, o tratado conhecido como Estatuto de Roma, que cria e regulamenta o Tribunal Penal Internacional, foi promulgado no Brasil em setembro de 2002, meses antes do petista assumir a Presidência em seu primeiro mandato.
Por: Paulo Moura
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