PMs processam mídia por chamar Operação Escudo de “chacina” em São Paulo.

Para associação de policiais e bombeiros, termo ofende as corporações.

Patrick Bastos Reis Foto: Divulgação/Polícia Militar de SP

Policiais militares e bombeiros entraram com um processo contra a Rede Globo, a Band e a TV Cultura por chamarem a Operação Escudo de “chacina”. A ação foi protocolada pela Fenepe (Federação Nacional de Entidades de Praças Militares Estaduais), que representa mais de 40 entidades de oficiais militares.

Segundo informações da Folha de S.Paulo, a Fenepe argumenta que os termos “chacina”, “tortura” e “extermínio” – utilizados por noticiários como Jornal Nacional e Brasil Urgente – representam uma “ofensa” às corporações.

– As requeridas estão noticiando de forma irresponsável o evento ocorrido, denominando-o como “chacina” e “tortura”, cujas notícias estariam afetando a família de diversos policiais/praças militares perante a sociedade civil, deteriorando a opinião pública sobre o órgão e criminalizando as ações dos policiais.

A Operação Escudo foi deflagrada após o soldado Patrick Bastos Reis, da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), ser assassinado por um sniper do tráfico apontado como Erickson David da Silva. A ação policial deixou 28 pessoas mortas.

No processo, a Fenepe pede uma liminar que proíba reportagens de se referirem à operação por meio dos termos mencionados, e que aplique-se uma multa de R$ 10 mil em caso de violação.

Responsável pelo caso, o juiz Fábio de Souza Pimenta negou a primeira tutela de urgência, sob a justificativa de que “não é possível aferir, de plano, ilicitude na conduta dos requeridos, tendo em vista o direito constitucionalmente de livre manifestação de pensamento”. Ele julgará a ação, contudo, depois que as emissoras apresentarem suas defesas.

O caso tramita na 32ª Vara Cível do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo).

Ppor: Thamirys Andrade

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