Ciclone na Região Sul deixa 28 mortos e causa enchentes.

Mais de 4,5 mil pessoas ficaram desalojadas no Rio Grande do Sul.

Trabalho de resgate no Rio Grande do Sul Foto: EFE/Corpo de Bombeiros do RS

A passagem de um ciclone extratropical pelo Rio Grande do Sul matou ao menos 21 pessoas até a tarde desta terça-feira (5). Em Santa Catarina, também foi registrada a morte de uma pessoa. Somente no município gaúcho de Muçum, na região do Vale do Taquari, foram localizados 15 corpos. Mais de 80% da cidade ficou alagada.

– É o maior volume de mortes em um evento climático no estado do Rio Grande do Sul – disse o governador Eduardo Leite (PSDB).

Mais de 4,5 mil pessoas ficaram desalojadas no Rio Grande do Sul e muitas casas sofreram danos por conta da ventania, da chuva forte e da queda de granizo. Houve queda de energia em dezenas de cidades. Além disso, ainda há muitos pontos de alagamento.

– Centenas de pessoas se mobilizaram em uma rede de proteção e salvamos milhares vidas, mas infelizmente 21 vidas não puderam ser salvas – lamentou Leite.

As equipes de resgate estão concentradas na região dos Vales, mais precisamente no Vale do Taquari, onde municípios como Muçum, Roca Sales, Encantado e Lajeado sentem os impactos do ciclone.

– Em algumas comunidades, onde a água chegou a um volume que nunca tivemos um precedente como esse, muitas pessoas não entenderam que os alertas eram para valer e a água subiu rapidamente – disse o governador.

Uma situação de calamidade pública tomou conta de Muçum e de municípios vizinhos, no Vale do Taquari, após as enchentes. A água do Rio Taquari invadiu a cidade, deixando centenas de famílias desabrigadas e desalojadas. Na cidade de Roca Sales, a prefeitura orientou que a população atingida pelas enchentes busque refúgio nos telhados de suas casas e aguarde pelo resgate.

Confira o panorama de cidades afetadas no Rio Grande do Sul:

– Santo Expedito do Sul: Pontos de alagamento na área urbana e quedas de árvores na área rural;

– Lajeado do Bugre: Tempestade com granizo que danificou cerca de 20 residências;

– Boa Vista das Missões: Tempestade com granizo que danificou cinco residências;

– Ibiraiaras: Além da morte de duas pessoas, 30 residências tiveram danos devido aos fortes ventos e queda de árvores. Cerca de seis residências ficaram alagadas na área central, mas não há dados sobre desalojados;

– São Jorge: Cerca de 30 residências tiveram danos em seu interior por conta de alagamentos;

– Bento Gonçalves: Alagamentos estão sendo atendidos pelo Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil municipal;

– Caxias do Sul: Alagamentos e queda de algumas árvores;

– Marau: Nível dos rios da cidade está subindo;

– Casca: Vários pontos da cidade estão com ruas interditadas por alagamento. Um veículo foi arrastado pela chuva e cerca de 10 casas ficaram alagadas. Estradas vicinais do interior do município têm vários pontos interditados;

– Nova Araçá: Alagamentos em várias ruas, danos em bueiros e pontes interditadas;

– Campestre da Serra: Danos em várias estradas, ruas e bueiros do município, além de pontes interditadas;

– André da Rocha: Inundação do riacho Chimarão, atingindo seis residências e provocando a interdição da ponte do Rio Turvo. Não há dados sobre desalojados;

– Protasio Alves: Inundação do Rio da Prata e do Rio Turvo, atingindo três residências. Estradas do interior tiveram suas atividades interrompidas, com queda de barreiras. A Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil (Compdec) está realizando o levantamento dos danos. Três famílias estão sendo retiradas das residências, totalizando 9 pessoas desalojadas;

– Carlos Barbosa: Interdição da estrada Santa Clara devido à subida do rio Paraguaçu;

– Panambi: Aproximadamente 20 residências foram atingidas por alagamentos. Uma sofreu desabamento em um muro;

– Cruz Alta: Chuvas superiores a 250 mm nas últimas 48h elevaram o nível de um barramento (açude) na área urbana de Cruz Alta, colocando em risco oito residências. Foi aberto um vertedor de emergência em uma das ombreiras. O local foi mapeado, moradores alertados e as equipes seguem monitorando. Secretarias municipais do Meio Ambiente e Obras farão a verificação do local e a Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil (Crepdec) segue monitorando e orientando;

– Sagrada Família: Aproximadamente 20 residências e 10 comércios foram atingidos pelo vendaval.

*AE

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