Professor é condenado à morte por criticar governo saudita.
Mohamed bin Nasser al Ghamdi foi condenado no dia 10 de julho deste ano.
As autoridades da Arábia Saudita condenaram à morte o irmão de um renomado ativista saudita por supostamente postar na rede social X, antigo Twitter, críticas à corrupção e à situação dos direitos humanos na monarquia árabe, segundo denunciou neste domingo (27) o Centro do Golfo para os Direitos Humanos (CGHR).
A sentença contra o professor Mohamed bin Nasser al Ghamdi foi proferida no dia 10 de julho deste ano, depois de ele publicar em “uma conta desconhecida” na plataforma X, “críticas à corrupção” e “violações dos direitos humanos”, relatou a CGHR em um comunicado.
Seu irmão, o conceituado ativista Saeed bin Nasser al Ghamdi, exilado no Reino Unido desde 2018, afirmou que o tribunal especializado em casos de terrorismo que julgou Mohamed não aceitou os relatórios médicos que indicavam que o condenado sofre de “doenças neurológicas crônicas” e também não consideraram que o perfil usado para as postagens tinha nove seguidores.
Perante essa situação, Saeed destacou que a sentença de morte contra seu irmão, que qualificou como “farsa”, tem o objetivo de obrigá-lo a regressar à Arábia Saudita, depois de os serviços de inteligência sauditas terem realizado “tentativas fracassadas” para repatriá-lo.
O dissidente foi vítima de uma campanha feroz do governo saudita contra seus opositores em 2017, que levou a uma onda de detenções contra defensores dos direitos humanos. Saeed buscou asilo político no Reino Unido em 2018 e atualmente dirige a Sanad Rights Foundation, que documenta violações dos direitos humanos no reino árabe.
– A CGHR considera que isto representa uma escalada perigosa após as chocantes sentenças de prisão de décadas proferidas contra defensores dos direitos humanos. (…) A Arábia Saudita foi transformada em um Estado policial repressivo por excelência – afirmou a ONG em seu comunicado, no qual recordou que dezenas de ativistas foram recentemente detidos por atividades na web.
A organização também disse que “acredita firmemente que a pena de morte tem sido amplamente utilizada como uma ferramenta política pelas autoridades sauditas e tem como objetivo semear o medo no país e aterrorizar os cidadãos, especialmente os ativistas dos direitos humanos”.
*EFE
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