Rússia: Quem era o líder do Grupo Wagner morto em queda de avião.
Aeronave em que Yevgeny Prigozhin estava caiu nesta quarta-feira.
O chefe do grupo mercenário Wagner, Yevgeny Prigozhin, um dos principais personagens da guerra na Ucrânia, estava a bordo do avião Embraer Legacy 600 que caiu, nesta quarta-feira (23), na região central da Rússia. A informação foi divulgada pela agência de aviação civil russa, Rosaviatsia.
Ainda de acordo com a agência, sete passageiros estavam a bordo da aeronave, incluindo Prigozhin e seu braço direito, Dmitry Utkin, um ex-oficial da inteligência militar russa (GRU).
Os outros passageiros também eram supostamente membros do grupo mercenário, que recentemente retomou as operações no continente africano.
O comandante, um copiloto e uma comissária de bordo eram os tripulantes do avião, que viajava de São Petersburgo para Moscou.
A Rosaviatsia enfatizou que a aeronave tinha todas as permissões necessárias e estava voando depois de receber permissão oficial para usar o espaço aéreo em tempo hábil.
O Ministério de Situações de Emergência da Rússia informou a morte dos dez ocupantes do avião, dos quais oito corpos já foram retirados do local da queda.
A imprensa russa informou que os corpos estão carbonizados e provavelmente terão que passar por testes de DNA para identificação.
O avião caiu perto da cidade de Kuzhenkino, na região de Tver, a cerca de 350 quilômetros de Moscou.
Imagens divulgadas pelo portal de notícias Gazeta.ru mostram a aeronave atingindo o solo em um campo aberto, não muito longe de algumas casas em uma zona rural, e em seguida houve uma forte explosão.
De acordo com o jornal RBC, as autoridades russas avaliam três versões para o incidente: erro do piloto, um problema técnico ou intervenção externa.
O assessor da presidência da Ucrânia, Mikhail Podoliak, afirmou que Prigozhin teria sido morto por ordem do chefe do Kremlin, Vladimir Putin, uma versão apoiada pelo magnata russo Mikhail Khodorkovsky e por vários canais na plataforma de mensagens Telegram.
O desastre aéreo ocorreu exatamente dois meses depois que Prigozhin protagonizou uma rebelião armada fracassada contra setores do Kremlin, na qual conseguiu tomar uma das cidades mais importantes do sul da Rússia, Rostov-no-Don.
REBELIÃO FRACASSADA
Prigozhin, de 62 anos, encenou uma rebelião militar fracassada contra setores do Kremlin há dois meses, na qual chegou a tomar uma das cidades mais importantes do sul da Rússia, Rostov-no-Don.
Após a mediação do presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, Prigozhin concordou em retirar seus mercenários e transferir sua base para o território da antiga república soviética.
Depois de acusá-lo de traição, Putin o recebeu no Kremlin, e Prigozhin anunciou a retomada das operações do Grupo Wagner na África.
ACENSÃO
Prigozhin nasceu em São Petersburgo, mesma cidade natal de Putin. Após praticar assaltos, no final da década de 80, Prigozhin foi condenado a 13 anos de prisão.
Depois de solto, ele comandou um negócio de cachorro-quente e cresceu no ramo empresarial, de acordo com o jornal britânico de Guardian. Em 1995, abriu restaurantes com sócios.
Em um restaurante, Prigozhin se aproximou de políticos russos e espiões da KGB, que foi a principal organização de serviços secretos durante o período soviético. Foi assim, que ele iniciou contatos com o governo russo.
A criação do Grupo Wagner aconteceu em 2014. Ele teria usado, segundo a BBC, o conhecimento que teve na prisão para recrutar mercenários.
Conforme reportado pelo portal Metrópoles, antes da fama por desafiar o chefe do Kremlin, Prigozhin era amigo próximo de Putin e já esteve na lista de procurados pelo FBI, a polícia federal dos Estados Unidos.
*Com EFE
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