Em Belém, Gustavo Petro propõe tribunal de justiça amazônico.

Presidente da Colômbia participa da Cúpula da Amazônia.

Gustavo Petro, Lula e Luis Arce na Cúpula da Amazônia Foto: EFE / Antonio Lacerda

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, propôs, nesta terça-feira (8), a formação de um tribunal de justiça ambiental multilateral para julgar crimes contra a Floresta Amazônica. A proposta foi feita durante discurso no âmbito da Cúpula da Amazônia, em Belém (PA).

Petro também sugeriu a formulação de um tratado “militar e judicial” conjunto para fortalecer a cooperação na região, inclusive em áreas como combate ao desmatamento. Defendeu ainda uma reforma do sistema financeiro global, que reduza a dependência da emissão de carbono.

– O que o planeta está nos dizendo é que agora é o momento de mudar o sistema econômico – e muito, em profundidade – disse.

O líder colombiano criticou a exploração de hidrocarbonetos na região.

– Se a floresta produz petróleo e isso está matando a Amazônia, passa a haver um efeito duplo: a floresta já não é mais esponja de CO2, ela também emite – ressaltou.

Com um longo discurso, o líder colombiano busca se distanciar de um escândalo interno. O filho mais velho dele, Nicolás Petro, acusou a campanha eleitoral do país de ter recebido dinheiro de um homem condenado por narcotráfico. A denúncia fez parte de uma delação ao Ministério Público do país, em investigação sobre suspeita de lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito.

A Cúpula da Amazônia teve início nesta terça. Além de Petro, o presidente Luiz Inácio Lula das Silva (PT) recebe os presidentes Luis Arce (Bolívia), Irfaan Ali (Guiana) e Dina Boluarte (Peru), além de representantes enviados pelo Equador, Suriname, Venezuela e França (em razão da Guiana Francesa).

*AE

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