Anderson Torres depõe na CPMI com tornozeleira eletrônica.

Moraes não analisou a tempo pedido do depoente pela liberação do aparelho.

Pés de Anderson Torres na CPMI do 8 de Janeiro Foto: Mateus Bonomi / AGIF

Chamou atenção dos fotógrafos presentes na CPMI do 8 de Janeiro, nesta terça-feira (8), que o depoente, ex-ministro da Justiça Anderson Torres, teve de comparecer ao colegiado utilizando tornozeleira eletrônica. O aparelho faz parte das medidas cautelares impostas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) em maio.

Torres chegou a pedir a Moraes para liberá-lo a não usar o equipamento na oitiva, apontando que a bateria poderia acabar durante o depoimento, mas a solicitação não chegou a ser analisada pelo ministro a tempo.

O ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública passou a usar o equipamento desde que foi liberado para prisão domiciliar, em maio. Antes disso, ele estava preso no 4º Batalhão de Polícia Militar, no Guará, tendo passado 117 dias no local.

Torres foi detido no dia 14 de janeiro, tão logo chegou de viagem aos Estados Unidos, no Aeroporto Internacional de Brasília. Ele é suspeito de omissão nos atos que depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília.

Em seu depoimento, Torres disse que não chegou a receber previamente alertas sobre a possibilidade de atentado na Praça dos Três Poderes e argumenta que se todas as autoridades tivessem seguido o PAI (Programa de Ações Integradas), elaborado em 6 de janeiro pelas entidades de segurança do Distrito Federal, a invasão não teria se concretizado.

– Se eu tivesse recebido qualquer alerta ou informe de inteligência indicando o risco iminente de violência e vandalismo, não teria viajado – argumentou.

Ele ainda chamou a minuta encontrada em sua casa de “aberração jurídica”.

– A polícia encontrou um texto apócrifo, sem data, uma minuta absurda. Minuta do golpe é verdadeira aberração jurídica e não foi ao lixo por descuido – completou.

Apesar de não ter analisado o pedido de Torres para não usar a tornozeleira eletrônica, Moraes o autorizou a permanecer em silêncio no caso de perguntas incriminadoras. O magistrado também o proibiu de ter “contato pessoal e individual” com os senadores Marcos do Val (Podemos-ES) e Flávio Bolsonaro (PL-RJ), “considerando a evidente conexão dos fatos em apuração e as investigações das quais ambos fazem parte”.

Por: Thamirus Andrade

PLENO.NEWS

Deixe uma resposta