Tarcísio confirma 8 mortes em ação da PM em Guarujá.

Governador afirma que não houve excesso por parte da polícia.

Tarcísio de Freitas em coletiva de Imprensa, à direta está o secretário Guilherme Derrite Foto: Josué Emidio / Governo do Estado de SP

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse, nesta segunda-feira (31), que a operação da Polícia Militar em Guarujá, ao longo do fim de semana, deixou oito pessoas mortas. A ação foi desencadeada após a morte de um soldado das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) no fim da semana passada. Questionado sobre denúncias da população local, o governador garante que “não houve excesso”.

– Houve atuação profissional que resultou em prisões e vamos continuar com as operações.

Tarcísio concedeu entrevista coletiva à imprensa na manhã desta segunda para falar sobre a operação. A gestão estadual disse ainda que dez pessoas foram presas, incluindo o homem suspeito de atirar contra o soldado Patrick Bastos Reis, de 30 anos, morto na última quinta (27).

– Não podemos permitir que a população seja usada, não podemos sucumbir às narrativas. Estamos enfrentando o tráfico de drogas, o crime organizado. A gente tem que ter consciência disso. A gente tem uma polícia extremamente profissional que sabe usar a força na medida que ela tem que ser usada. Não houve hostilidade, excesso, houve atuação profissional que resultou em prisões e vamos continuar com as operações – disse o governador.

Tarcísio disse que os casos que resultaram em mortes serão investigados pela Polícia Civil.

– Cada ocorrência é investigada, não há ocorrência que não seja investigada. Todas vão ser investigadas – afirmou.

O governador pontuou que a polícia quer evitar o confronto de toda forma.

– Nós temos uma polícia treinada e que segue a risca a regra de engajamento. A partir do momento que a polícia é hostilizada, do momento que há o confronto, do momento que a autoridade policial não é respeitada, infelizmente há o confronto – disse Tarcísio.

Ele destacou que “aqueles que resolveram se entregar, foram presos”.

– O autor do disparo foi preso, entregue à Justiça. A gente não quer o confronto, mas não vai tolerar a agressão porque a polícia reage e vai reagir para repelir a ameaça.

De acordo com o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, não foi apreendida ainda a arma que realizou o disparo contra o policial Reis. No entanto, a perícia mostrou que seria uma pistola de calibre de 9 milímetros. O secretário informou também que o PM utilizava colete a prova de balas quando foi atingido, mas a bala penetrou em seu ombro em um ângulo em que foi possível chegar até o peito do agente.

Entre as oito pessoas mortas na operação deste fim de semana, quatro já foram identificadas e têm passagens pela polícia, segundo o governo. Os outros quatro continuam em processo de identificação.

Derrite justificou as mortes dizendo que a violência parte dos criminosos e a polícia supostamente reage de maneira proporcional a ela. De acordo com ele, serão investigadas as imagens das câmeras das fardas dos PMs que participaram da operação para averiguar se houve excessos, mas a Secretaria entende que as denúncias de tortura e excesso de força policial não passam de “narrativas”.

– Não chegou oficialmente nenhuma informação ou indício sobre caso de tortura – afirmou.

Segundo Derrite, o vídeo gravado pelo suspeito de ter disparado contra Reis antes de se entregar a polícia, dizendo que faria isso para “acabar com a matança” foi uma instrução de seu advogado para “reforçar as narrativas”.

O secretário disse que a operação contra o crime organizado e o tráfico de drogas na Baixada Santista continuará acontecendo por pelo menos 30 dias. Ela faz parte do projeto Impacto Litoral. A Secretaria de Segurança Pública pretende aumentar o número de policiais militares na região a partir de 2024, com a contratação de novos agentes.

*AE

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