Preparador físico pede desculpas por agressão a Pedro, mas Flamengo não perdoa e demite chileno.

“Senti-me muito magoado com uma situação e reagi da pior forma”, disse.

Pablo Fernández Fotos: Divulgação Flamengo

O preparador físico do Flamengo, o argentino Pablo Fernández, pediu desculpas neste domingo (30) por sua agressão ao atacante Pedro, um dos principais nomes do elenco, causando uma grave crise no time carioca e colocando em dúvida a continuidade do treinador Jorge Sampaoli.

– Eu poderia começar essas palavras de mil maneiras, mas a única que realmente faz sentido é pedir desculpas. Ao Pedro, aos colegas, aos trabalhadores e ao Flamengo – disse o preparador físico em nota publicada em suas redes sociais.

A agressão ocorreu no vestiário da Arena Independência, em Belo Horizonte, no final do jogo da noite de ontem, em que o Flamengo venceu de virada o Atlético-MG por 2 a 1, pela 17ª rodada do Campeonato Brasileiro, e subiu para a segunda colocação na tabela.

A discussão teve início após a recusa de Pedro em aquecer ao perceber que dificilmente entraria em campo contra os mineiros. Após o final da partida, já nos vestiários, o atacante foi agredido pelo preparador, com um soco na cara.

Pedro foi a uma delegacia de Belo Horizonte prestar queixa acompanhado de alguns jogadores, vários dos quais prestaram apoio ao camisa 9 nas redes sociais, e a divisão no Flamengo parece ser clara, tanto que existe a possibilidade de Sampaoli deixar o clube.

– Entrei no vestiário muito chateado, querendo resolver logo a situação e fiz errado. Senti-me muito magoado com uma situação e reagi da pior forma – disse Fernández em seu pedido de desculpas.

O auxiliar de Sampaoli afirmou que situações de alta competitividade e alto estresse podem gerar reações negativas, mas que não considera esse motivo um pedido de desculpas, mas sim uma explicação para o que fez.

– Definitivamente, se eu tivesse divergências com o Pedro deveria tê-las resolvido em outro momento e de outra forma. Vou tentar fazer isso acontecer. Vou trabalhar para mudar e ser melhor – completou o preparador físico.

O treinador argentino também usou as redes sociais para se manifestar sobre o assunto. Ele disse estar “muito triste” com o ocorrido e afirmou estar pensando em como ajudaria a resolver o problema entre Pedro e Pablo Fernández.

– Não acredito na violência como solução. Isso não nos leva a lugar nenhum. Nem na vida, nem no futebol. O que aconteceu ontem me deixou muito triste. Ofuscamos uma vitória impressionante com uma disputa interna cujas razões existem, mas neste momento não importam – disse.

– A história me mostrou que a única solução é a conversa. Porque a violência nos separa e a conversa nos une – acrescentou.

Sampaoli disse ter consciência de que é o “condutor” da equipe e o responsável por cuidar das pessoas e que nesse sentido dói quando dois colegas brigam.

– Aconteça o que acontecer, temos a obrigação de nos cuidar. Para nos mudar Para unir. Para ser melhor. E colocar o Flamengo no topo – concluiu.

Apesar de ter tido poucos minutos em campo desde a chegada de Sampaoli, Pedro é um dos principais jogadores do atual elenco rubro-negro e foi atilheiro da Taça Libertadores da América do ano passado, vencida pelo time carioca.

– A covardia física se sobrepôs diante da covardia psicológica que tenho sofrido nas últimas semanas. Alguém que se acha no direito de agredir o outro não merece respeito de ninguém. Já passei por muitas provações aqui no Flamengo, mas nada se compara com a covardia sofrida hoje – afirmou o atacante na mensagem nas redes sociais em que revelou a agressão sofrida.

A atitude do chileno não foi suficiente para remediar a situação de grave crise criada no clube e a diretoria do time o demitiu ontem mesmo no domingo (30).

* EFE

PLENO.NEWS

Deixe uma resposta