“Infelizmente, não dá mais”, diz Flávio Bolsonaro sobre Barroso

Para o senador, ministro passou dos limites ao declarar que participou da “derrota do bolsonarismo”.

Flávio Bolsonaro em coletiva de imprensa sobre pedido de impeachment de Barroso Foto: Reprodução / TV Senado

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) se pronunciou, em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (19), sobre o pedido de impeachment protocolado pela oposição contra o ministro Luís Roberto Barroso. O parlamentar afirmou que a manifestação do magistrado envolvendo a “derrota do bolsonarismo” “passou dos limites” e que é preciso “traçar uma linha do que é republicano”.

– Não é com alegria que estamos protocolando esse pedido de impeachment do ministro Barroso, só que infelizmente não dá mais. É preciso traçar uma linha do que é republicano, do que é democrático, do que é correto. Todos, eu tenho certeza, entenderão, até o ministro Barroso, esse nosso pedido de impeachment aqui hoje – declarou.

Para o senador, a fala do ministro é apenas a verbalização de uma “arbitrariedade” judiciária contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

– O que ele [Barroso] fez foi só verbalizar aquilo que milhões de brasileiros observaram nos anos de governo Bolsonaro, durante o processo eleitoral e após o processo eleitoral com essa covardia ilegal e arbitrária que foi feita com Bolsonaro de deixá-lo inelegível, sem nenhum fundamento – acrescentou.

O senador ainda destacou que a democracia “pressupõe uma Justiça sem prediletos, que não se deixe contaminar por ideologias” e que na ausência de tais princípios no Brasil, faz-se necessário “medidas duras, que não trazem qualquer satisfação”.

– A foto que nós vemos hoje do que fez o ministro Barroso é horrorosa. Mas o filme de tudo o que ele já vinha fazendo nos últimos anos é de terror – declarou Flávio.

O parlamentar citou em seguida episódios nos quais o ministro teria demonstrado atividade político-partidária.

Confira parte do pronunciamento do senador:

 

ENTENDA
Como prometido, a oposição protocolou, nesta quarta, um pedido de impeachment e também de investigação contra o ministro Barroso. O documento possui a assinatura de 70 deputados e 13 senadores.

A solicitação mira uma fala do magistrado feita na última semana, após ele receber vaias de um grupo ligado a profissionais da área de enfermagem, enquanto discursava em congresso da UNE. Durante o evento, o magistrado disse: “Nós derrotamos o bolsonarismo para permitir a democracia e a manifestação livre de todas as pessoas”.

Após a declaração repercutir mal, inclusive entre seus pares no STF, Barroso afirmou que se referia ao “extremismo golpista e violento que se manifestou no 8 de janeiro e que corresponde a uma minoria”.

– Jamais pretendi ofender os 58 milhões de eleitores do ex-presidente [Jair Bolsonaro] nem criticar uma visão de mundo conservadora e democrática, que é perfeitamente legítima – disse o ministro, que atualmente é vice-presidente do STF.

Por: Thamirys Andrade

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