Mourão sobre Barroso: “Decisões sempre serão tendenciosas”
Senador criticou declaração do ministro sobre ter derrotado o bolsonarismo.
O senador e ex-vice-presidente da República, Hamilton Mourão (Republicanos-RS), demonstrou indignação após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso indicar que teve participação na “derrota do bolsonarismo”. Para o general, o magistrado se opôs publicamente à direita e pôs em cheque a sua neutralidade como magistrado.
– No momento em que um magistrado da Suprema Corte coloca publicamente sua posição contrária à direita, fica claro que suas decisões SEMPRE serão tendenciosas – escreveu Mourão no Twitter.
A declaração polêmica de Barroso ocorreu nesta quarta-feira (12), durante congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE).
Na ocasião, o ministro recebeu vaias de um grupo ligado a profissionais da área de enfermagem e respondeu da seguinte forma:
– Nós derrotamos a censura, nós derrotamos a tortura, nós derrotamos o bolsonarismo para permitir a democracia e a manifestação livre de todas as pessoas – declarou.
O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) anunciou, em seu perfil no Twitter, que a oposição entrará com um pedido de impeachment contra o magistrado.
– A oposição entrará com processo de impeachment contra Barroso por cometer crime de “exercer atividade político-partidária”, previsto no art. 39, da Lei 1079/50. Se, por um milagre, houver justiça neste país, a perda do cargo é inegável – escreveu o deputado.
Após a repercussão negativa, o STF emitiu uma nota a fim de explicar a fala do ministro. Segundo a Corte, quando o magistrado disse “nós derrotamos o bolsonarismo” no Congresso da UNE, ele se referia ao voto popular, não à atuação de instituições judiciárias.
– As vaias, que fazem parte da democracia, vieram de um pequeno grupo ligado ao Partido Comunista Brasileiro, que faz oposição à atual gestão da UNE. Como se extrai claramente do contexto da fala do ministro Barroso, a frase “nós derrotamos a ditadura e o bolsonarismo” referia-se ao voto popular e não à atuação de qualquer instituição – defende o STF.
Por: Thamirys Andrade
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