Flávio Bolsonaro sobre Barroso: “Cometeu ato antidemocrático”

Senador usou rede social para criticar declaração do ministro do STF.

Senador Flávio Bolsonaro Foto: Pedro França/Agência Senado

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) usou as redes sociais, nesta quinta-feira (13), para criticar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, após uma fala do magistrado sobre a “derrota do bolsonarismo”.

– Luís Roberto Barroso cometeu o maior ato antidemocrático da história do Brasil. E essa é só a foto atual do filme horroroso arquitetado há anos contra a democracia – escreveu o senador, no Twitter.

A declaração polêmica de Barroso ocorreu na quarta-feira (12), durante congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE). Na ocasião, o ministro recebeu vaias de um grupo ligado a profissionais da área de enfermagem e respondeu da seguinte forma:

– Nós derrotamos a censura, nós derrotamos a tortura, nós derrotamos o bolsonarismo para permitir a democracia e a manifestação livre de todas as pessoas – declarou.

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) anunciou, em seu perfil no Twitter, que a oposição entrará com um pedido de impeachment contra o magistrado.

– A oposição entrará com processo de impeachment contra Barroso por cometer crime de “exercer atividade político-partidária”, previsto no art. 39, da Lei 1079/50. Se, por um milagre, houver justiça neste país, a perda do cargo é inegável – escreveu o deputado.

Após a repercussão negativa, o STF emitiu uma nota a fim de explicar a fala do ministro. Segundo a Corte, quando o magistrado disse “nós derrotamos o bolsonarismo” no congresso da UNE, ele se referia ao voto popular, não à atuação de instituições judiciárias.

– As vaias, que fazem parte da democracia, vieram de um pequeno grupo ligado ao Partido Comunista Brasileiro, que faz oposição à atual gestão da UNE. Como se extrai claramente do contexto da fala do ministro Barroso, a frase “nós derrotamos a ditadura e o bolsonarismo” referia-se ao voto popular e não à atuação de qualquer instituição – defende o STF.

O caso foi comentado pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que classificou como “inadequada, inoportuna e infeliz” a fala de Barroso. Para ele, é necessária uma “retratação” por parte do magistrado.

– A presença do ministro em um evento de natureza política, com uma fala de natureza política, é algo infeliz, inadequado, inoportuno. O que espero é que haja por parte do ministro Luís Roberto Barroso uma reflexão sobre isso e, eventualmente, uma retratação no alto da sua cadeira de ministro do STF e prestes a assumir a presidência da Suprema Corte – expressou-se em pronunciamento no Senado.

Ainda segundo avaliação de Pacheco, um ministro da Suprema Corte deve se “ater” ao seu papel e deixar as manifestações políticas para os “sujeitos políticos”. Ele reconheceu que a declaração pode ser interpretada como um impedimento às condições de Barroso para julgar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Por: Ana Luiza Menezes

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