Grupo de mercenários da Rússia se rebela contra o Exército russo

Chefe do grupo russo Wagner acusou o Exército da Rússia de bombardear algumas de suas posições.

Presidente russo Vladimir Putin Foto: EFE/EPA/GAVRIIL GRIGOROV/SPUTNIK/KREMLIN POOL

O chefe do grupo mercenário russo Wagner, Yevgeny Prigozhin, acusou nesta sexta-feira (23) o Exército da Rússia de bombardear algumas de suas posições e prometeu punir os culpados. Prigozhin postou um vídeo que supostamente mostrava o ataque ao acampamento onde, segundo ele, muitos de seus combatentes foram mortos. O vídeo mostrava fumaça crescente e sinais de destruição.

– Aqueles que liquidaram nossos rapazes hoje, aqueles que liquidaram milhares e dezenas de milhares de soldados russos, serão punidos – anunciou Prigozhin na plataforma de mensagens Telegram.

O chefe do grupo Wagner garantiu que o desejo de acabar com o “caos reinante não era um golpe, mas uma marcha pela justiça”, e que as operações militares não seriam afetadas pelas ações do grupo. De acordo com Prigozhin, “depois de lidar com aqueles que aniquilam os soldados russos, os combatentes do Wagner retornarão ao front”.

Diante da situação, o presidente russo, Vladimir Putin, se dirigiu à nação neste sábado (24), e prometeu defender o país e seu povo da rebelião armada declarada por Prigozhin do grupo Wagner. Putin também disse que a rebelião é uma “punhalada nas costas” e prometeu “ações decisivas” para punir os “traidores”.

Em um discurso de cinco minutos, o presidente da Rússia disse que as funções militares e civis da cidade de Rostov-on-Don, no sul do país, haviam sido “essencialmente bloqueadas”, parecendo reconhecer algum sucesso do Prigozhin, que na manhã deste sábado reivindicou o controle de partes do quartel-general militar do sul das Forças Armadas russas.

Putin disse que o motim representava “uma ameaça mortal à nossa condição de Estado” e prometeu “ações duras” em resposta. O presidente russo condenou a rebelião no que disse ser um momento em que a Rússia estava “travando a mais dura batalha pelo seu futuro” com sua guerra na Ucrânia.

– Essa batalha, quando o destino de nosso povo está sendo decidido, exige a unificação de todas as forças, unidade, consolidação e responsabilidade – declarou.

Em resposta, Prigozhin disse que Putin está “profundamente enganado” e que seus combatentes não irão se entregar. O líder do grupo mercenário ainda declarou que, enquanto o Wagner “não tiver o chefe do Estado-Maior russo, Valery Gerasimov, e o ministro da Defesa, Sergey Shoigu, em seu poder”, seus mercenários “bloquearão a cidade de Rostov” e “avançarão em direção a Moscou”.

*Com informações AE e EFE

PLENO.NEWS

Deixe uma resposta