O poderio da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) não é nenhuma novidade, afinal, trata-se da maior organização mafiosa da América do Sul, com cerca de 40 mil membros e uma movimentação de R$ 1,2 bilhão por ano só com o tráfico internacional de drogas. Os “tentáculos” do grupo, no entanto, não ficam restritos a esse tipo de crime, mas vão muito além.

É o que aponta uma reportagem exibida pelo Jornal da Band, da TV Bandeirantes, nesta quinta-feira (22). Segundo o veículo, o PCC estaria bancando a preparação de advogados para concursos públicos do Judiciário, do Ministério Público, das polícias Civil e Militar, além da Receita Federal.

Segundo o veículo, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) excluiu candidatos nos últimos três concursos da magistratura por suspeita de ligações com o PCC. As conexões dos participantes com a facção criminosa teriam sido descobertas, segundo a Corte, por meio da “verificação da vida pregressa e a investigação social”.

O Ministério Público de São Paulo (MPSP), por sua vez, ampliou o sistema de controle para evitar que pessoas ligadas ao PCC façam parte não só dos quadros da instituição, mas também que ingressem em outros concursos jurídicos. De acordo com o procurador de Justiça José Carlos Cosenzo, o MPSP sabe das estratégias da organização criminosa.

– Nós sabemos efetivamente da existência dessas organizações criminosas. E em razão disso nós buscamos de toda maneira possível todos os caminhos possíveis imagináveis no sentido de obstáculo o ingresso de qualquer pessoa ligado a essas organizações ao Ministério Público. Não só o Ministério Público, as demais carreiras jurídicas também – completou.

Por: Paulo Moura

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