MPE pede a inelegibilidade de Bolsonaro por abuso de poder

O órgão também quer que o ex-presidente seja investigado no inquérito sobre os atos do 8 de janeiro.

Ministra Cármen Lúcia e o vice-procurador-geral Eleitoral, Paulo Gonet Foto: Alejandro Zambrana/Secom/TSE

O Ministério Público Eleitoral (MPE) defendeu, nesta quinta-feira (22), a inelegibilidade de Jair Messias Bolsonaro por abuso de poder. A posição é referente à ação movida pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT) sobre o encontro que o ex-presidente teve com embaixadores estrangeiros no Palácio da Alvorada, em julho do ano passado.

O vice-procurador-geral Eleitoral, Paulo Gonet, apresentou o parecer do órgão sobre o caso que começou a ser julgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Todavia, a manifestação do MPE atende apenas o ex-presidente, isentando Braga Netto, que também foi citado na ação.

Gonet apresentou quatro elementos que caracterizam o abuso de poder político pelo investigado: condição de agente público, desvio de finalidade, busca de vantagem para a situação eleitoral e gravidade da conduta para afetar a legitimidade do processo de votação.

Para o MPE, as falas de Bolsonaro durante o encontro extrapolaram a liberdade de expressão.

– É bem sabido que a garantia constitucional encontra limite na verdade fenomênica. Por isso, não cabe dar socorro a assertivas propositadamente desencontradas da realidade – disse.

Gonet também defendeu que o ex-presidente seja incluído no inquérito que investiga os atos de 8 de janeiro, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas. O julgamento previsto para acontecer nesta quinta foi remarcado para a próxima terça (27).

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