CEO admitiu “quebra de regras” para construir submarino Titan

Empresário contou que fez uso de uma mistura “proibida”.

Stockton Rush Foto: Reprodução/YouTube alanxelmundo

Stockton Rush, CEO da OceanGate Expeditions, admitiu ter “quebrado regras” para construir o submarino Titan, cujos destroços foram encontrados nesta quinta-feira (22), após quatro dias desaparecido no Oceano Atlântico.

Em uma entrevista ao youtuber mexicano Alan Estrada, no ano passado, Rush disse que queria ser lembrado como um “inovador”.

– Gostaria de ser lembrado como um inovador. Acho que foi o general McArthur que disse: “você será lembrado pelas regras que você quebrou”. Eu quebrei regras ao fazer isto, eu acho que as quebrei com lógica e boa engenharia de suporte. Misturar fibra de carbono e titânio é uma regra que você não quebra, mas eu quebrei – afirmou o CEO.

– […] É escolher que as regras que você quebre adicionem valor para os outros e para a sociedade, e acho que isso tudo tem a ver com inovação. Não é invenção – ressaltou.

Na ocasião, o youtuber fez um tour pelo submarino e conheceu os compartimentos. Rush deu mais detalhes acerca de sua subversão, a mistura de fibra de carbono e titânio, que seria proibida.

– É acrílico, flexiglass, com sete polegadas de espessura. É grande, pesa 80 libras (176 kg). Quando a gente se aproximar do Titanic vai se encolher, vai se deformar. Antes de quebrar ou dar falha, começa a crepitar e você recebe uma enorme advertência se for falhar – explicou.

Stockton Rush mostra um aparelho que lembra uma manete de videogame Foto: Reprodução/CBC NL

De acordo com o jornal Le Monde, a embarcação nunca chegou a ser certificada por autoridades oficiais.

O empresário também chegou a dizer que “a segurança é puro desperdício”.

– Em algum momento, a segurança é puro desperdício. Quer dizer, se você só quer estar seguro, não saia da cama. Não entre no seu carro. Não faça nada – declarou.

Além de CEO da companhia, Stockton Rush é o piloto do submersível, sendo uma das cinco pessoas que morreram com a implosão durante excursão até os destroços do Titanic, localizados a 3.800 metros de profundidade no Oceano Atlântico.

Por: Monique Mello

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