“Impossível”, diz ex-chefe da PRF sobre interferência nas eleições.

Silvinei Vasques negou que instituição tenha agido para sabotar vitória de Lula.

Silvinei Vasques Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Em depoimento à CPMI do 8 de janeiro, o ex-diretor da PRF (Polícia Rodoviária Federal), Silvinei Vasques, negou que a instituição tenha atuado a fim de sabotar o segundo turno das eleições em 2022. De acordo com ele, trata-se de um “crime impossível” de articular, sem vazamento de conversas, tal estratégia com 13 mil policiais, em que parte deles era apoiadora do até então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

– Temos 13 mil policiais, grande parte dos nossos policiais também era eleitores do presidente Lula. Além disso, é um crime impossível, que não ocorreu, não tem como. Como falaríamos com 13 mil policiais explicando essa forma criminosa sem ter uma conversa de WhatsApp, Telegram, sem uma reunião, sem nenhum email enviado? – questionou Silvinei.

Ele insistiu que, caso tal orientação tivesse sido passada, haveria provas da articulação.

– Número grande desses policiais é de ideologia progressista, de esquerda. Será que, desse grande efetivo, nenhum participou ou viu no corredor alguma coisa? Não tem como fazer uma situação dessa, envolver policiais no Acre, Amapá, Rio Grande do Sul sem ter uma simples conversa de corredor – completou.

No dia 30 de outubro de 2022, a PRF fez diversas blitzes em todos os estados do país sob a justificativa de averiguar possíveis crimes eleitorais. Entre os dias 28 e 30 de outubro, a corporação analisou 2.185 ônibus no Nordeste, 893 no Centro-Oeste, 632 no Sul, 571 no Sudeste e 310 no Norte. O número elevado no Nordeste, onde Lula tem mais apoio, despertou acusações de sabotagem ao candidato petista.

À época, o STF (Supremo Tribunal Federal) havia vetado operações que pudessem atrapalhar o deslocamento de eleitores. Como medida após a ação da PRF, a Corte demandou explicações e aumentou o horário limite para que os eleitores votassem.

Silvinei Vasques acabou demitido após a operação e virou réu por improbidade administrativa.

Por: Tamirys Andrade

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