Um juiz da Bahia se pronunciou após o seu edital de estagiários para o Tribunal de Justiça do estado (TJBA) acabar suspenso por reservar todas as vagas exclusivamente à pessoas que se autodeclararem LGBTQIA+.

Responsável pela 12ª Vara das Relações de Consumo em Salvador, o magistrado Mário Soares Caymmi Gomes, que é homossexual, afirmou que se sente no direito de escolher trabalhar com pessoas gays.

As declarações ocorreram em entrevista ao jornalista Luís Ganem publicada nas redes sociais em maio, mas que ganhou repercussão nesta sexta-feira (9).

– Se eles podem escolher pessoas cisgênero, heterossexuais, eu também me sinto no direito de reservar as minhas vagas, com quem eu quero trabalhar para pessoas não-binárias, gays, sapatão… Todo mundo que faz parte desse espectro – declarou Gomes.

Segundo informações do portal Metrópoles, o responsável por determinar a suspensão do edital foi o corregedor José Rocha Rotondano, em janeiro de 2023. Para Rotondano, o caso representaria “preconceito reverso”.

O edital derrubado afirmava que inscrições sem declaração de pertencer à comunidade LGBTQIA+ não seriam “admitidas”.

– Como medida afirmativa de promoção da diversidade de Gênero e de Orientação Sexual no âmbito do Poder Judiciário do Estado da Bahia, esta seleção estará restrita às pessoas que, ao se candidatarem, se autodeclarem LGBTQIAPN+ – dizia o texto.

Gomes, por sua vez, afirma que José Rotondano é gay não assumido e que já chegou a se relacionar com seu atual parceiro antes de os dois se conhecerem.

Confiram o vídeo onde o magistrado faz tais revelação acusatórias para justificar sua atitude:

– O incômodo em relação a essa história toda é que essa determinação tenha vindo de um corregedor que é gay, ainda que ele não se assuma. Mas já que estamos tratando desse tema relevante, isso não é fofoca, eu acho que isso tem a ver com o caso. Eu sei que ele é gay porque ele teve um caso com o meu marido antes do meu marido me conhecer – assinalou.

Por: Thamirys Andrade

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