Segue violência entre bandidos e policias no Rio de Janeiro

Ato de violência aconteceu horas depois do ataque a um veículo blindado da Polícia Militar. Represálias acontecem após a morte do chefe do tráfico da comunidade.

Manifestantes jogam tijolos na entrada da base de policiamento da Polícia Militar no Bateau Mouche, na Zona Oeste do RioReprodução/ Redes sociais

Rio – O Centro de Operações Especiais (COE) da Polícia Militar intensificou, desde o início da madrugada desta quinta-feira (8), o policiamento na comunidade Bateau Mouche, na Praça Seca, Zona Oeste do Rio. Equipes do 18º BPM (Jacarepaguá) já haviam reforçado o policiamento na região após o ataque a um veículo blindado da PM, no fim da noite de terça-feira (6), em represália pela morte do chefe do tráfico conhecido como “DVD”.

Criminosos atearam fogo em blindado da PM no Bateau Mouche, Zona Oeste do Rio - Reprodução/TV GloboCriminosos atearam fogo em blindado da PM no Bateau Mouche, Zona Oeste do RioReprodução/TV Globo

No entanto, um vídeo que circulou nas redes sociais, no fim da noite de quarta-feira (7), mostrou que a situação seguia tensa no local e mais equipes foram deslocadas para a região. Nas imagens, um grupo de manifestantes, vestindo camisas brancas, aparecem quebrando tijolos na entrada da base de policiamento de área da corporação. Enquanto os materiais de construção eram arremessados, quatro agentes do 18º BPM observavam a ação de represália. Os manifestantes que estavam no local pediam pela saída da equipe na comunidade.

Veja o vídeo:

Procurada para comentar sobre o ataque mais recente, a Polícia Militar disse apenas que o policiamento na região está reforçado desde os últimos ataques à segurança pública.
Entenda a guerra no Bateau Mouche
A onda de violência teve início após a morte do chefe do tráfico da comunidade Bateau Mouche, conhecido como ‘DVD’, na noite de domingo (5), em um confronto com policiais militares na entrada da comunidade. De acordo com a Polícia Militar, agentes do 18° BPM (Jacarepaguá) foram atacados por um grupo de homens armados durante um patrulhamento na Cândido Benício, na Praça Seca, Zona Oeste do Rio.
Ainda segundo os agentes, eles tiveram a atenção voltada para dois veículos que trafegavam na contramão na pista destinada ao BRT. Ao avistar a viatura, os suspeitos entraram na comunidade Bateau Mouche, onde efetuaram diversos disparos contra a equipe. Houve confronto e perseguição na região.
Após o fim dos disparos, militares encontraram o chefe do tráfico ferido. Ele foi socorrido com vida e levado até o Hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, mas morreu na unidade. Com ele os policiais apreenderam uma pistola, um carregador e um rádio transmissor. A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) investiga a morte de “DVD”.
Já na noite de terça-feira (6), bandidos atiraram contra equipes do 18º BPM (Jacarepaguá) e utilizaram coquetéis molotov para incendiar um veículo blindado da PM dentro da comunidade. De acordo com a corporação, o ataque aconteceu em represália à morte do chefe do tráfico de drogas.
Ataque ao símbolo de poder da segurança pública
Para os especialistas em segurança pública, foi um ataque ao símbolo de poder da segurança pública. O caveirão, que se tornou símbolo das operações policiais no Rio, demonstrou fragilidade e levantou dúvidas quanto aos equipamentos e estratégias utilizados pela corporação.
“O que aconteceu ontem foi um ataque ao símbolo de poder da segurança pública do Rio de Janeiro. O caveirão é considerado, até então, um símbolo de poder e de superioridade, estando à frente de todas as operações de incursão em comunidades. Ao destruir um caveirão da PM, os criminosos mandam um recado para a segurança pública do Rio: ‘Nós não temos medo e temos condições de enfrentá-los nos nossos territórios’. Ontem, aconteceu uma ação de guerrilha. Os criminosos desenvolveram técnicas para encurralar e bombardear o caveirão. Então, é um divisor de águas”, disse o perito e psicanalista forense José Ricardo Bandeira, especialista em segurança pública.
Nas redes sociais, o governador Cláudio Castro classificou o ataque como “inadmissível” e afirmou que ordenou a permanência da Polícia Militar na região para localizar os responsáveis pelo crime.
 
O DIA

 

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