EUA: Médica que fez aborto em menina de 10 anos é punida

Profissional foi punida por violar regras de privacidade.

Caso de aborto em menina de 10 anos gerou controvérsia nos EUA Foto: Pixabay

Uma médica que realizou um aborto em uma menina de 10 anos de idade que foi estuprada recebeu uma punição do Conselho de Medicina do estado de Indiana, nos Estados Unidos, por violar as regras de privacidade dos pacientes, informou a imprensa local nesta sexta-feira (26).

O Conselho de Licenciamento Médico de Indiana decidiu multar Caitlin Bernard em 3 mil dólares (R$ 15 mil) por falar publicamente sobre o aborto da menina; mas, não revogou sua licença para trabalhar. Em novembro do ano passado, o procurador-geral do estado, o republicano Todd Rokita, pediu ao conselho que suspendesse a licença médica de Caitlin.

Durante a audiência do conselho para determinar o que fazer em relação à situação da médica, seu advogado disse que ela na verdade relatou o abuso da criança a um assistente social. O advogado enfatizou que Caitlin não violou as leis de confidencialidade do paciente, porque ela não revelou o nome da criança ou deu qualquer informação de identificação ao The Indianapolis Star, onde a história foi publicada pela primeira vez.

O presidente do conselho médico, John Strobel, disse que a profissional foi longe demais ao contar ao jornal sobre o aborto da menor. O caso ganhou destaque nacional, e o presidente dos EUA, Joe Biden, chegou a apresentá-lo como um exemplo das consequências da decisão da Suprema Corte de junho de 2022 que derrubou o direito constitucional de acesso ao aborto.

A menina de 10 anos foi estuprada em Ohio, estado que restringe o aborto a partir de seis semanas de gestação sem exceções, e foi fazer o procedimento em Indiana, onde ele atualmente é permitido até 22 semanas. Desde a decisão da Suprema Corte, vários estados controlados pelos republicanos restringiram ou proibiram completamente o acesso ao procedimento.

Por: Paulo Moura

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