Ortega assume controle e bens da Cruz Vermelha

A entidade é acusada de agir contra os princípios do governo por socorrer manifestantes feridos pela polícia.

Daniel Ortega Foto: EFE/Jorge Torres

O governo de Daniel Ortega, ditador da Nicarágua, resolveu assumir o controle e os bens da Cruz Vermelha, entidade que atua naquele país há 65 anos.

A decisão foi tomada em caráter de urgência pelos deputados sandinistas e seus aliados com a justificativa de que a instituição age contra o Estado.

Em 2018, a Cruz Vermelha prestou socorro aos manifestantes que foram feridos em confronto com a polícia, durante a onda de protestos contra o governo.

Os deputados da Assembleia Nacional entenderam que, ao prestar socorro aos manifestantes, a instituição agiu contra a estabilidade da nação.

– Nos atos ocorridos em 2018, que ameaçaram a paz e a estabilidade da nação, algumas filiais desta Associação [da Cruz Vermelha Nicaraguense] agiram contra esses princípios, de humanidade, imparcialidade e neutralidade, e contra a sua Ata Constitutiva e Estatutos – disseram os parlamentares.

Assim, eles revogaram o decreto legislativo de 29 de outubro de 1958 que criou a Cruz Vermelha naquele país.

Desta forma, o Estado passa a controlar todo o patrimônio, bens e ações que até o momento pertencem à Associação nacional denominada Cruz Vermelha Nicaraguense.

CRUZ VERMELHA EXPRESSA PROFUNDA PREOCUPAÇÃO
Após a decisão, a Cruz Vermelha se manifestou sobre a decisão dos deputados expressando “profunda preocupação” com o caso.

– A Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (FICV) está profundamente preocupada com a dissolução da nossa Sociedade Nacional membro, a Cruz Vermelha Nicaraguense. No momento, estamos monitorando de perto a situação e avaliando a melhor maneira de proceder. Com base nos resultados dessa análise, informaremos sobre nossos próximos passos – diz a entidade internacional.

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