Pesquisa: Número de invasões de terra é o maior em sete anos

MST não reconhece os dados do CNA que apontaram 56 ocupações em apenas quatro meses.

Ativistas do MST Foto: Joédson Alves/(EPA) EFE/EFEVISUAL

Uma pesquisa feita pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) apontou que o número de invasões a propriedades rurais aumentou de janeiro a abril e já supera o acumulado dos últimos três anos. Segundo o levantamento, foram 56 novas ocupações desde o início do governo Lula (PT) até o mês de abril, o que representa o número mais alto em sete anos.

De acordo com a CNA, em 2015, as invasões no campo foram 182, seguidas por 57 em 2016 e 40 em 2017. Já nos anos de 2018 até 2022, as ocupações não passaram de 23 ao ano. Atualmente, o estado que mais registrou aumento de invasões foi a Bahia, totalizando um terço das novas ocupações.

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) afirmou que não reconhece os números divulgados pela pesquisa do CNA. O grupo afirma que promoveu 18 ações até o mês de abril.

CPI DO MST
No mês passado, a Câmara decidiu abrir uma nova Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) a fim de apurar a atuação do MST em razão da escalada de invasões. A criação do colegiado contou com articulação da Frente Parlamentar da Agropecuária e teve como autor do requerimento o deputado Tenente-Coronel Zucco (Republicanos-RS), que fala em “crescimento desorneado” nas ocupações.

O MST afirma que a nova CPI é uma forma de atacar o movimento social e o governo Lula (PT).

– A gente está indo para a quinta CPI ao longo dessa caminhada do MST. Todas elas tiveram esse mesmo caráter, instrumento para tentar nos colocar em uma posição de encantonamento e evidenciar as posições políticas da extrema-direita, dos ruralistas em relação a nós – declarou Ceres Hadich, que faz parte da direção nacional do MST, em entrevista à Agência Brasil.

Por: Thamirys Andrade

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