Pedro Cardoso se diz ‘inimigo’ da Globo: ‘Lá, tem que ser submisso’

Intérprete de Agustinho Carrara voltou a criticar emissora dos Marinho.

Pedro Cardoso Foto: Reprodução / Youtube / The Noite

O ator Pedro Cardoso, de 60 anos, descreveu a si mesmo como um “inimigo total” da Rede Globo, emissora em que trabalhou como intérprete do icônico Agostinho Carrara, personagem de A Grande Família (2001-2014). Em entrevista à coluna Splash, do portal UOL, ele afirmou que “para comparecer aos programas da Globo, tem que ser ideologicamente submisso”.

Cardoso define a si mesmo como “um homem de esquerda” e diz que não esconde suas opiniões políticas.

– Não vou lá na Globo ouvir que o golpe militar de 1964 não foi um golpe, foi um movimento. Se me dissessem isso, falaria que não, que foi golpe – disparou Cardoso, lembrando que a Rede Globo apoiou o regime militar.

A emissora, entretanto, recuou em seu posicionamento anos depois, afirmando em 2013 ter cometido um erro ao se aliar aos militares.

Durante a entrevista, o ator afirmou que, em seu período em A Grande Família, ele ganhou muito dinheiro. Cardoso lamentou quando sua relação com o personagem teve de chegar ao fim:

– Eu ainda tinha muito o que fazer. Talvez não tivesse, mas eu tinha essa ilusão. E eu adorava ganhar o dinheiro. Eu cheguei a ganhar muito bem na televisão. É muito agradável, num país muito precário como o Brasil, ganhar muito dinheiro, porque você se protege um pouco da precariedade institucional – assinalou.

Hoje ele afirma, com mágoa, não ser lembrado pela ex-empresa nem para divulgar seus trabalhos atuais no teatro. São quase dez anos sem receber nenhum convite da emissora.

Pedro Cardoso ainda abordou suas críticas ao jornalismo brasileiro, dizendo que o Brasil “precisa de uma imprensa melhor”. Para ele, veículos como a Folha de S.Paulo, o SBT e a Rede Globo são odiados por parte da população, e em sua visão, essas empresas “deram razão para esse descrédito”.

– Eu não conheço a CNN inteira. Não sei quem é o dono. Mas é de má qualidade. O Brasil precisa de uma imprensa melhor. Nós não vamos ter uma democracia melhor se Folha de S.Paulo, Estadão, Globo, SBT e Record não perderem poder – defendeu.

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