Por falta de combustíveis, Cuba cancela desfile de 1° de Maio.

Será a primeira vez desde 1959 que o país cancela o evento por razões econômicas.

Cuba não terá tradicional celebração no dia 1° de maio Foto: Pixabay

Cuba não vai realizar nesta segunda-feira, dia 1° de maio, seu tradicional desfile anual do Dia Internacional dos Trabalhadores, na Praça da Revolução, devido à crise de combustíveis que vem afetando o país há várias semanas. O anúncio foi feito por fontes sindicais do país.

Essa é a primeira vez desde a revolução cubana, em 1959, que o desfile do dia 1° de maio é suspenso por motivos econômicos. Em 2020 e 2021, a celebração também foi cancelada, mas a causa foi a pandemia de Covid-19. A marcha do Dia dos Trabalhadores costuma ser um evento grande na capital, com uma forte mobilização.

Em vez disso, este ano serão realizados eventos menores em comunidades, centros de trabalho e escolas durante vários dias e desfiles nos municípios do país. O evento principal vai acontecer na esplanada Malecón, em Havana, para onde serão convocados os moradores do centro da capital que puderem ir a pé.

PIOR CRISE EM ANOS
Na semana passada, o governo cubano disse que os problemas de abastecimento de combustível durariam pelo menos até maio e, portanto, daria prioridade aos serviços vitais de transporte.

A primeira declaração do governo sobre a falta de combustível foi feita uma semana antes pelo presidente Miguel Díaz-Canel, que disse que a situação se devia ao “não cumprimento” dos países fornecedores, que também estão passando por uma “situação energética complexa”.

As consequências desta crise são diretas na vida econômica e social do país. Cinco universidades, uma delas em Havana, suspenderam as aulas presenciais esta semana, enquanto com os transportes públicos afetados, muitas pessoas voltaram ao trabalho remoto.

Em meados de abril, o presidente Miguel Díaz-Canel admitiu que não estava “claro” como conseguiria “sair desta situação”. Segundo ele, atualmente Cuba consome menos de 400 toneladas de combustível das 500 a 600 de que necessita diariamente.

Diante deste cenário, Cuba tomou a decisão de fechar a torneira para ter combustível suficiente para os próximos meses. As autoridades preservaram a disponibilidade para atividades prioritárias, entre as quais o setor de turismo, motor da economia cubana.

*AE

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