“Medalhões” do tráfico no RJ participam de festa da Globo
Ex-traficantes estiveram na festa de encerramento da série “Veronika”.
Uma festa promovida pelo Globoplay, a fim de celebrar o encerramento das gravações da série “Veronika”, está dando o que falar. O inusitado foi a presença de medalhões do tráfico de drogas no Rio de Janeiro, em evento que ocorreu no último dia 17, na capital fluminense.
Os ex-líderes de facções criminosas de alta periculosidade presentes na festividade são: Celso Rodrigues (vulgo Celsinho da Vila Vintém), ex-chefe da facção Amigo dos Amigos; Alexander Mendes (vulgo Polegar), ex-chefe do tráfico na Mangueira; Nei da Conceição (vulgo Facão) e Amabilio Gomes (vulgo MB), ex-líderes do tráfico no Complexo da Maré.
Eles posaram para as fotos ao lado da atriz Roberta Rodrigues, protagonista da trama, e do diretor Silvio Guindane.
Embora revelada pelas imagens, a presença dos ex-presidiários foi confirmada pelo presidente da AfroReggae Audiovisual e showrunner da série, José Junior. A aparição dos ex-detentos gerou grande repercussão nas mídias sociais e muitos questionamentos e especulações pelos internautas.
José Junior entende que a medida é uma forma de reintegração social aos indivíduos que já cumpriram pena e quitaram seu débito com a sociedade.
– Muitos desses egressos trabalham nas nossas séries. As pessoas da foto cumpriram as suas penas, não reincidiram e têm o direito legal de ter uma segunda chance – observou.
– Há um trabalho gigantesco do Instituto Cultural Pena Máxima e da ONG AfroReggae não só pela ressocialização e empregabilidade, como em projetos sociais que atuam na base, tirando muitos jovens da criminalidade lá no início – disse o presidente da AfroReggae.
“Celsinho da Vila Vintém”, preso por comércio ilegal de entorpecentes no Rio de Janeiro, ganhou liberdade em outubro de 2022, após cumprir 20 anos de prisão.
“Polegar” foi solto em julho de 2014. Ele foi beneficiado com a regime aberto após cumprir um sexto da pena de 22 anos por tráfico e associação para o tráfico, mas em 2011 foi preso novamente, em razão de três mandados de prisão em seu desfavor por tráfico de drogas. Em 2014 ele foi favorecido por um Habeas Corpus e ganhou a liberdade.
Nei da Conceição Cruz foi preso em 2003 por tráfico de drogas e condenado a 26 anos e 10 meses de prisão. Cumpriu 20 anos e ganhou liberdade condicional em janeiro deste ano.
“MB” comandou o tráfico de drogas na comunidade Nova Holanda e foi preso em 2014, sendo levado para o presídio de Catanduvas, no Paraná. Em 2017 foi transferido para o Rio de Janeiro. Ele foi condenado a cinco anos de reclusão em regime semiaberto.