Flávio Bolsonaro defende que Lula deponha à CPMI do Atos
Senador também quer que sigilo telefônico do presidente seja quebrado.
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) quer que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seja convocado para prestar depoimento na CPMI dos Atos do dia 8 de janeiro. O parlamentar também defende que o chefe do Executivo tenha seu sigilo telefônico quebrado, para que se apure se o petista tinha ciência dos planos de invasão às sedes dos Três Poderes e se deixou acontecer deliberadamente.
– Tem muito mais motivo para convocar o Lula, né? Ele que era presidente no momento. O que foi que ele fez? Será que ele ficou sabendo antes? Vamos quebrar o sigilo telefônico do Lula para saber se ligaram para ele antes para avisar o que estava acontecendo e ver se ele não teria dado uma ordem para deixar as coisas acontecerem de propósito – declarou o parlamentar nesta quarta-feira (6), em entrevista à Folha de S.Paulo.
A avaliação jurídica atual, entretanto, é que presidentes não podem ser convocados, apenas convidados, podendo assim recusar comparecer aos colegiados. O caso gerou debate à época da CPI da Covid-19, quando o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) tentou convocar o então presidente Jair Bolsonaro (PL) para a comissão, sem sucesso.
Ainda de acordo com o jornal, aliados do presidente Lula afirmam que ele não utiliza celular pessoal, mas de pessoas próximas.
O senador também afirmou que irá protocolar uma representação contra o ministro da Justiça, Flávio Dino, na Procuradoria-Geral da República (PGR). De acordo com o parlamentar, Dino tem interferido na Polícia Federal (PF) ao ter acesso a informações sigilosas sobre a investigação dos atos.
– Ele a todo momento está falando em coisas que tão acontecendo dentro de inquérito sigiloso. Se é sigiloso, o ministro não tinha que estar sabendo de nada. Se ele está sabendo, será que ele não está conduzindo, não está omitindo, blindando alguém nessa investigação? – questionou.
O parlamentar também não demonstrou intimidação sobre convocar nomes próximos de Bolsonaro para a CPMI, como o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno e o ex-ministro da Defesa, Braga Netto. De acordo com o parlamentar, caso eles sejam intimados à comparecer, os congressistas presentes “vão ouvir a verdade”.
Por: Thamirys Andrade
PLENO.NEWS