PCC pagava R$ 20 mil por mala de cocaína enviada ao exterior
Funcionários já foram condenados por participação em tráfico de drogas para fora do Brasil.
A Polícia Federal (PF) descobriu que cada funcionário de empresa terceirizada recrutado por traficantes para atuar no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, recebia R$ 20 mil do crime organizado para enviar bagagens com cocaína ao exterior. A informação consta em um relatório de investigação da PF de 2021 divulgado pelo colunista Josmar Jozino, do UOL, nesta terça-feira (11).
De acordo com o documento da PF, o aliciamento de funcionários para o envio de drogas para o exterior, principalmente para a Europa Ocidental, teria participação da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). No celular apreendido com um operador de sistemas de bagagens, de 24 anos, que foi preso e condenado havia troca de mensagens com integrantes da facção.
O funcionário em questão, segundo o colunista, recebeu uma pena de dez anos, sete meses e quatro dias em regime fechado determinada pela Justiça Federal. Além do telefone apreendido, na casa dele os agentes também encontraram R$ 94.295 e uma porção de maconha.
Além do operador do sistema de bagagens, a polícia ainda descobriu o envolvimento da facção com um operador de balanças, de 45 anos, e com um tratorista, de 56 anos, de uma empresa que presta serviços para companhias aéreas nacionais e internacionais. Os dois funcionários foram presos e condenados. O operador recebeu uma pena de 11 anos e cinco meses de prisão.
O tratorista, por sua vez, foi condenado a oito anos e dois meses em regime semiaberto. Porém, ele também foi acusado de matar um colega que o denunciou e foi condenado em primeira instância a mais 27 anos, um mês e 15 dias de prisão.
Outro envolvido no esquema criminoso foi um taxista de 30 anos que também acabou preso e respondeu ao mesmo processo por tráfico internacional de drogas que o operador e o tratorista. Ele foi condenado a 12 anos e 10 meses de prisão por levar as malas com cocaína ao aeroporto e entregá-las aos comparsas.
Nas investigações, os agentes descobriram que o PCC pagava R$ 20 mil por mala com cocaína enviada à Europa para cada participante do esquema. O valor seria equivalente a mais de um ano de salário dos funcionários da área restrita do Aeroporto de Guarulhos, que é de cerca de R$ 1,6 mil mensais.
CASO DE BRASILEIRAS PRESAS INJUSTAMENTE
As brasileiras Jeanne Paolini e Kátyna Baía ficaram presas injustamente por mais de um mês na Alemanha por tráfico de drogas após terem as malas trocadas no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, por funcionários de empresas terceirizadas que prestavam serviços para empresas aéreas.
As etiquetas das malas que as duas despacharam foram colocadas em outras bagagens, que levavam 40 quilos de cocaína. Imagens de câmeras do aeroporto mostraram o momento em que um funcionário trocou as etiquetas de identificação das malas de Kátyna e Jeanne, que depois seguiram para Frankfurt, na Alemanha.
Com isso, após 14 horas de viagem, as brasileiras foram paradas pela polícia alemã e presas em flagrante por tráfico internacional de drogas. As duas então tentaram explicar que não eram donas das malas que foram apreendidas pelos policiais; mas não adiantou, já que os nomes delas estavam nas etiquetas coladas nas bagagens.
Por: Paulo Moura
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