Dívida externa argentina cresce para US$ 276,69 bilhões em 2022

Dados foram divulgados pelo Instituto Nacional de Estatísticas e Censos.

Dívida externa argentina aumenta para US$ 276,69 bilhões em 2022 (Imagem ilustrativa) Foto: Vick Bufano | Unsplash

A Argentina aumentou sua dívida externa, no ano passado, em quase 9 bilhões de dólares (R$ 46,23 bilhões). O número vem à tona enquanto o crescente endividamento doméstico está sob escrutínio em um cenário de severas restrições financeiras para o país.

Segundo dados divulgados, nesta terça-feira (28), pelo Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec), o estoque total da dívida externa bruta da Argentina com títulos em valor nominal era de 276,694 bilhões de dólares (R$ 1.421,90 trilhões) no final do quarto trimestre de 2022, 3,879 bilhões de dólares (R$ 19,93 bilhões) a mais do que no terceiro trimestre do ano passado e 8,826 bilhões de dólares (R$ 232,71 bilhões) a mais do que no final de 2021.

Enquanto isso, o “estoque” total da dívida externa bruta da Argentina medido em valor de mercado era de 226,034 bilhões de dólares no final do quarto trimestre, 5,335 bilhões de dólares (R$ 27,40 bilhões) acima do terceiro trimestre e 2,845 bilhões de dólares (R$ 14,63 bilhões) acima do quarto trimestre de 2021.

A dívida pública é composta de 81,779 bilhões de dólares (R$ 420,46 bilhões) em empréstimos e 78,911 bilhões de dólares (R$ 405,82 bilhões) em títulos de dívida em valor nominal, mas com um valor de mercado de 29,724 bilhões de dólares (R$ 152,86 bilhões).

Esta é uma evidência da baixa avaliação de mercado dos títulos soberanos na Argentina, que reestruturou sua dívida em moeda estrangeira com credores privados em setembro de 2020.

Quanto à dívida por empréstimos, a maior parte corresponde ao endividamento com o Fundo Monetário Internacional (FMI), com o qual em março de 2022 o governo do presidente Alberto Fernández selou um acordo para refinanciar vencimentos de cerca de 45 bilhões de dólares (R$ 231,43 bilhões).

CENÁRIO COMPLEXO
Apesar do aumento da dívida externa da Argentina, o foco das atenções neste momento está nos títulos da dívida soberana, que foram atingidos nos últimos dias após a decisão do governo de tomar posse dos títulos nas carteiras dos órgãos estatais como parte de uma estratégia para buscar a estabilidade financeira e cumprir as metas do acordo com o FMI.

O cenário macroeconômico é complexo, com fortes desequilíbrios fiscais, monetários e cambiais, inflação muito alta (102,5% em 12 meses na medição feita em fevereiro), uma grave seca que acarretará prejuízos milionários no campo, e as metas exigentes com o FMI, cujo cumprimento parece cada vez mais desafiador.

*EFE

PLENO.NEWS

Deixe uma resposta