Putin anuncia posicionamento de armas nucleares em Belarus.

Líder russo diz que “não viola as obrigações da Rússia em relação à não proliferação nuclear”.

Vladimir Putin Foto: EFE/EPA/GAVRIIL GRIGOROV / SPUTNIK / KREMLIN

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou neste sábado (25) um acordo com Belarus para a implantação de armas nucleares táticas no território bielorusso, que faz fronteira com a Ucrânia.

– Não há nada de extraordinário aqui. Em primeiro lugar, os Estados Unidos fazem isso há décadas. Eles colocaram suas armas nucleares táticas há muito tempo no território de seus países aliados, os países da Otan, na Europa. Se não me falha a memória, em seis países: Alemanha, Turquia, Holanda, Bélgica, Itália e Grécia – declarou Putin à televisão pública russa.

O governante russo enfatizou que este acordo não viola as obrigações da Rússia em relação à não proliferação nuclear e antecipou que em 3 de abril começará o treinamento dos militares bielorrussos e em 1º de julho será concluída a construção de um silo para colocar essas armas no país vizinho.

– Nós não os cedemos. Os Estados Unidos também não os cedem a seus aliados – acrescentou, especificando que Moscou já modernizou os aviões da Força Aérea de Belarus para transportar essas armas.

Putin reconheceu que o estopim do anúncio foi a decisão do Reino Unido de fornecer ao Exército ucraniano munições com urânio empobrecido, embora Londres assegure que não se trata de uma arma nuclear.

– Seja como for, isso está relacionado à tecnologia nuclear. É algo óbvio – considerou Putin, embora tenha lembrado que o presidente de Belarus, Aleksandr Lukashenko, há muito havia solicitado a implantação desse tipo de arma no solo da ex-república soviética.

Além disso, lembrou que Moscou já forneceu a Minsk mísseis táticos Iskander e que estes também são capazes de carregar cargas nucleares.

A Ucrânia acusou repetidamente Belarus de ser cúmplice na atual campanha militar, embora Lukashenko esteja se escondendo atrás da militarização de suas fronteiras pela Otan.

Hoje, o governante russo reconheceu que a munição britânica não é considerada uma arma de destruição em massa, mas frisou que se trata de uma arma “mais perigosa”, especialmente porque cria uma nuvem radioativa altamente poluente após o impacto.

– Devo dizer que a Rússia, claro, tem com o que responder. Sem exagero, temos centenas de milhares, centenas de milhares desses projéteis. Ainda não os usamos – declarou.

Por fim, admitiu que as armas ocidentais representam “uma ameaça” para a Rússia, mas alertou que isso apenas prolongará o conflito e “só levará a uma grande tragédia, nada mais”.

*EFE

PLENO.MEWS

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