Sobe o número de mortos em Moçambique devido ao impacto de ciclone
Informação foi confirmada pelo Instituto
Nacional de Gestão e Redução do Risco de
Desastres.
O número de mortos em Moçambique, após o ciclone tropical Freddy ter atingido o país duas vezes nas últimas semanas, aumentou de 80 para 161. A informação foi confirmada, nesta segunda-feira (20), à Agência EFE por fontes do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD).
De acordo com o último balanço do INGD, pelo menos 143 pessoas perderam a vida só na província da Zambézia (centro), a maioria nos distritos de Milange (43 mortos) e Namacurra (38), indicaram as referidas fontes sob condição de anonimato.
A essas vítimas juntam-se as 13 mortes registradas na província vizinha de Sofala, as quatro na província de Niassa (norte) e uma na província de Inhambane (sul) devido ao Freddy, que tocou a terra pela primeira vez no país no dia 24 fevereiro e atingiu a costa novamente no último dia 11.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) advertiu hoje que “a ameaça da cólera está crescendo rapidamente para as crianças e famílias” em Moçambique, que já sofria com um surto da doença antes da passagem do Freddy que já provocou 77 mortes.
– As inundações causadas pelo ciclone Freddy, agravadas pela interrupção dos serviços de água, saneamento e higiene, estão provocando uma rápida aceleração no número de casos de cólera – disse a Unicef em um comunicado.
Os casos relatados “quase quadruplicaram, a cerca de 10,7 mil desde o início de fevereiro” e foram comunicados “mais de 2,3 mil casos somente na última semana”, acrescentou a agência da ONU.
Os novos números elevam para mais de 600 o número total de mortes provocadas pelo ciclone no sul da África, depois de também ter atingido Moçambique e Malawi nas últimas semanas.
No Malawi, país mais atingido pelo Freddy, o fenômeno meteorológico provocou pelo menos 476 mortes, segundo o Departamento de Assuntos de Gestão de Desastres do país (DODMA).
Em Madagascar, o ciclone atingiu a costa leste pela primeira vez em 21 de fevereiro e voltou à ilha no último dia 5, onde causou 17 mortes.
Freddy já é um dos ciclones mais duradouros e teve a trajetória mais longa nas últimas décadas, percorrendo mais de 10 mil quilômetros desde que se formou no norte da Austrália em 4 de fevereiro e atravessou todo o Oceano Índico até o sul da África.
Conforme relatado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), Freddy poderia ter quebrado o recorde de duração do furacão-tufão John, que durou 31 dias em 1994, embora os especialistas da organização não confirmem esse recorde até que o ciclone se dissipe.
*EFE
PLENO.NEWS