Órgãos vinculados ao governo limitam comentários nas redes.

Instituições têm adotado medidas nas

plataformas digitais para reduzir ou eliminar

respostas em suas postagens.

Órgãos têm limitado comentários nas redes Fotos: Agência Brasil/Marcelo Camargo // Agência Brasil/Antonio Cruz

Internautas que acessam páginas de órgãos ligados ao governo federal nas redes sociais têm percebido uma diferença nas interações com esses perfis nos últimos meses: a publicação de comentários está limitada – ou até indisponível – em várias postagens. O Exército, a Caixa Econômica, a Polícia Federal (PF), e o Ministério das Relações Exteriores estão entre as instituições que limitaram a interação pública com suas páginas.

No caso da Caixa, a inserção de respostas está restrita desde junho do ano passado nas três principais redes sociais: Twitter, Facebook e Instagram. Quando anunciou que bloquearia a inserção de mensagens do público, o banco informou que a medida estava sendo tomada em razão das eleições. No entanto, mesmo já com o novo governo, a decisão não foi revista e acabou mantida.

No total, considerando as três principais plataformas, apenas duas postagens da Caixa em 2023 tiveram os comentários liberados: uma live feita pelo banco no Facebook no dia 7 de fevereiro sobre o “protocolo de intenções para atendimento de povos indígenas” e uma postagem no Instagram no dia 10 de fevereiro sobre o dia do atleta profissional.

Nos perfis do Exército, as respostas passaram a ser limitadas a partir de dezembro do ano passado. No entanto, algumas postagens recentes no Facebook e no Twitter ainda possuem participação do público. Já no Instagram, a caixa de opiniões é limitada – ou indisponível – em quase todas as publicações desde o fim de 2022. Em parte delas, sequer a quantidade de curtidas pode ser vista.

Antes do veto aos comentários, e ainda durante os protestos contra o resultado das eleições realizados na frente dos quartéis até o início deste ano, as páginas do Exército receberam um aumento exponencial na quantidade de seguidores. No Instagram, por exemplo, o perfil passou da marca de 7 milhões de fãs.

A Polícia Federal, por sua vez, limitou a publicação de respostas no Instagram e no Twitter, mas as manteve totalmente disponíveis no Facebook, onde boa parte dos comentários tem sido de críticas à atuação da corporação na prisão dos manifestantes contrários ao resultado das eleições presidenciais que estavam acampados na frente dos quartéis.

Um outro órgão do governo que tem interações restritas nas redes é o Ministério das Relações Exteriores. No Instagram, o Itamaraty não recebe opiniões desde março do ano passado. No Facebook, por sua vez, há o informe de que a participação pública é limitada, mas algumas postagens ainda possuem comentários. Já no Twitter, não há respostas desde junho de 2022.

Paulo Moura

PLENO.NEWS

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