‘Homem-Formiga’ terá vilão como Thanos, diz Paul Rudd, que quer músical na Marvel
O longa dá o pontapé numa nova fase do universo cinematográfico da Marvel e chega aos cinemas em fevereiro
Isso não parece amedrontar Rudd. Em entrevista à Folha, o ator faz questão de dizer que todos os filmes da Marvel vão bem “graças aos fãs”. “Espero que as pessoas se interessem por ‘Quantumania’ sem considerar o que sentiram no passado”, afirma.
“Quantumania” parece saber da impopularidade do Homem-Formiga e brinca com isso. Na trama, o herói precisa se acostumar justamente com o fato de não ser um dos Vingadores mais estimados. Ele leva a vida sem grandes imprevistos até que acaba sendo transportado com sua família para uma dimensão paralela chamada Reino Quântico. Lá, eles vão enfrentar criaturas desconhecidas e o vilão Kang, o Conquistador.
O personagem, interpretado por Jonathan Majors, é um dos responsáveis por tornar o longa grandioso, segundo Rudd. “Pela primeira vez teremos um vilão equivalente a Thanos em um longa do ‘Homem-Formiga'”, diz, fazendo referência ao alienígena genocida que aniquilou metade da vida do universo em “Vingadores: Guerra Infinita”.
É o que diz também Evangeline Lilly, que faz a Vespa nos filmes da Marvel. “O novo filme tem a mesma doçura dos outros, mas se passa num mundo épico e gigantesco”, afirma a este jornal.
A heroína alada de Lilly foi apresentada em “Homem-Formiga e a Vespa”, lançado em 2018, ainda numa versão bastante simplista e genérica da personagem. Na época, a Marvel quase não tinha figuras femininas de destaque nas telas.
A própria atriz não se sentia satisfeita com o retrato das mulheres feito pelo estúdio. “Passei anos dizendo para a Marvel que todas as mulheres dos filmes eram sérias demais. Faltavam heroínas divertidas, arrogantes e rabugentas.”
O estúdio flertou com o feminismo em “Vingadores: Ultimato”, de 2019, numa cena em que a Vespa faz cara de má e se junta a outras heroínas para proteger uma colega. Mesmo assim, a Viúva Negra foi a única mulher a ganhar um filme próprio depois disso.
A atriz está ansiosa para que os fãs vejam agora Cassie Lang, a filha do Homem-Formiga, que vai virar heroína em “Quantumania”. Antes limitada ao papel de moça indefesa, a garota agora está crescida e disposta a seguir os passos do pai. Ela é uma das personagens jovens que vêm sendo escaladas para engordar o panteão de superpoderosos do estúdio nas telas.
Para Lilly, que se sente já uma vingadora graduada, os novatos chegam para tentar preencher um vazio. “Será interessante observar o futuro para ver se serão capazes de vestir esse velho manto.”
Depois do sucesso estrondoso de “Ultimato”, que é hoje a segunda maior bilheteria da história, a Marvel paquerou novos gêneros. Há pitadas de terror no último “Doutor Estranho”, um pouco da contemplação dramática de Chloé Zhao em “Eternos” e muita comédia escrachada na série da Mulher-Hulk. A julgar pelos comerciais, é difícil dizer se o novo “Homem-Formiga” será inventivo nesse sentido também.
Rudd faz rodeios quando questionado sobre quão arriscado é “Quantumania”, mas responde de prontidão que tipo de novidade gostaria de ver na Marvel no futuro. “Um musical. Seria inesperado, não? Um ‘Marvelcal'”, diz, brincando com a grafia das palavras “Marvel” e “musical”.
A ideia curiosa não parece estar nos planos do estúdio, que depois do novo “Homem-Formiga” deve se manter na zona de conforto lançando o terceiro “Guardiões da Galáxia” e um filme com a Capitã Marvel. É uma empresa que está mais preocupada em agradar aos fãs para garantir uns bons milhões.