Avião usado por Lula para ir ao Egito preocupa assessores.
Aeronave pertence a empresário que já foi preso em
2020.
O avião que levou o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o Egito, onde ele participará da COP27, já é motivo de preocupação entre os correligionários do petista, de acordo com o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo. A razão para isso é o fato de que a aeronave pertence a um empresário.
– O Lula foi no mínimo ingênuo – disse um assessor direto do petista.
– Pode não ser ilegal, mas é óbvio que é uma carona que ele deveria evitar. Ele não liga para essas coisas, mas deveria – afirmou um ex-ministro de Lula.
O jato usado por Lula é um Gulfstream G600, cujo fretamento custa em média 10 mil dólares por hora (R$ 53,5 mil). O avião com Lula a bordo decolou às 7h30 desta segunda-feira (14) do Aeroporto de Guarulhos e retorna na sexta (18). Como noticiado pelo Pleno.News neste domingo (13), o avião pertence a José Seripieri Filho, conhecido como Júnior, que foi preso em 2020.
O jato é uma aeronave com capacidade para transportar 19 passageiros e tem autonomia de voo para fazer sem escalas a rota São Paulo/Egito. Um modelo zero quilômetro custa 54 milhões de dólares (R$ 287,4 milhões). Há ainda uma peculiaridade em relação à aeronave: ela tem matrícula americana, uma estratégia que é usada por alguns donos de jatos para pagar menos impostos.
SOBRE A PRISÃO DE JOSÉ SERIPIERI FILHO
Em julho de 2020, o empresário foi preso durante a Operação Paralelo 23, um desmembramento da Lava Jato. As investigações indicaram que teria ocorrido um pagamento de R$ 5 milhões não contabilizados, feitos a mando de José Seripieri Filho, à campanha de José Serra ao Senado.
Segundo o Ministério Público de São Paulo, as doações foram feitas em duas parcelas de R$ 1 milhão e uma de R$ 3 milhões. Após ficar quatro dias preso, a Justiça Eleitoral de São Paulo ordenou a soltura de Júnior e de outros dois empresários.
Em novembro de 2020, Serra, José Seripieri Filho e mais dois empresários se tornaram réus na Justiça Eleitoral em São Paulo. O grupo foi acusado de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e caixa 2. No fim de novembro daquele ano, a Procuradoria-Geral da República (PGR) fechou acordo de delação premiada com o empresário.
Paulo Moura
PLENO.NEWS