Contra cancelamento, Kanye West decide comprar rede social conservadora Parler

O anúncio da negociação foi feito nesta segunda-feira (17) pela Parlement Technologies, controladora da Parler, em um comunicado oficial divulgado à imprensa.

Contra cancelamento, Kanye West decide comprar rede social conservadora Parler

UOL/FOLHAPRESS) – O rapper Kanye West, conhecido agora como Ye, decidiu comprar a rede social conservadora Parler, que se autodenomina uma alternativa de “liberdade de expressão” ao Twitter. O anúncio da negociação foi feito nesta segunda-feira (17) pela Parlement Technologies, controladora da Parler, em um comunicado oficial divulgado à imprensa.

A empresa afirmou que a aquisição ajudaria a criar “um ecossistema que não pode ser cancelado, onde todas as vozes são bem-vindas”. O próprio rapper também se manifestou afirmando que “em um mundo onde as opiniões conservadoras são consideradas controversas, temos que nos certificar de que temos o direito de nos expressar livremente”.

Os termos do acordo ainda não foram divulgados pelas partes. Segundo o comunicado, Ye e a Parlament pretendem celebrar um contrato de compra definitivo que deve ser assinado ainda no último trimestre de 2022.

Para o CEO da Parlament Technologies, George Farmer, essa parceria mudaria “como o mundo pensa sobre a liberdade de expressão”.

Segundo o The Verge, Farmer é marido da influenciadora popular entre apoiadores da direita Canadian Owens. Segundo o site TMZ, ela e Ye estariam tendo conversas constantes, e amigos do rapper dizem que ela o estaria influenciando em diversas decisões.

‘VIDAS BRANCAS IMPORTAM’

Recentemente, Ye (Kanye West) foi criticado por uma ação antes de um desfile surpresa da marca Yeezy, em sua 9ª coleção, em Paris.

Antes de os modelos começarem a desfilar, o cantor fez um discurso usando uma camiseta escrito “White Lives Matter” (Vidas Brancas Importam), fazendo referência ao movimento “Black Lives Matter” (Vidas Negras Importam), em defesa da população negra americana que ganhou força após a morte de George Floyd, asfixiado pela polícia.

Durante a apresentação, Kanye citou o assalto sofrido pela ex-mulher Kim Kardashian em 2016, seu ex-empresário Scooter Braun, lutas na indústria da moda e a briga com a GAP, marca de roupa norte-americana que cortou relações com o rapper e empresário recentemente.

BLOQUEADO NO TWITTER E NO INSTAGRAM

A notícia vem pouco tempo após o rapper ter tido suas contas no Twitter e no Instagram bloqueadas diante de publicações antissemitas. Na rede social da Meta (ex-Facebook), YE postou captura de telas de uma conversa com o rapper Diddy, no qual ele era criticado pela camiseta utilizada antes do desfile.

“Vou usar você como exemplo para mostrar aos judeus que disseram para você me ligar que ninguém pode me ameaçar ou influenciar”, postou Kanye West – a publicação foi excluída.

Já no Twitter, em uma postagem que já não está mais acessível, West afirmou que atacaria os judeus. A rede social disse que a mensagem violou suas regras.

O QUE É A REDE SOCIAL?

A Parler é uma rede social adotada pela direita conservadora com a justificativa de buscar um espaço com mais liberdade de expressão.

Criada em 2018, a Parler é parecida com o Twitter em funcionamento. Mas tem menos políticas para regulação de conteúdos considerados ofensivos.

Uma das críticas é que a plataforma não se compromete a verificar fatos, o que pode torná-la mais um foco de desinformação e fake news na web.

A rede social chegou a ficar suspensa por meses da loja de aplicativos do Google, Apple e da Amazon por não adotar medidas para moderar conteúdos compartilhados nela.

Em um texto de apresentação, a empresa afirma que é “sem viés e de livre expressão, focada na proteção dos direitos do usuário”. Na descrição na Play Store, Parler ainda destaca que “diga ao mundo o que você precisa que eles saibam!”.

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