Inflação de 100% faz argentinos recorrerem aos lixões.
Agência de notícias ouviu pessoas que relataram
situação econômica no país.
Na última quinta-feira (6), o Banco Central da República Argentina (BCRA) publicou a pesquisa mensal de expectativas do mercado. Os economistas ouvidos disseram esperar que a inflação no país fique em 100,3% ao fim deste ano, uma alta de 5,3 pontos porcentuais ante a expectativa do mês anterior, conforme informações do Estadão.
Para 2023, a expectativa média dos analistas ouvidos avançou para 90,5%, número que representa 6,4 pontos percentuais acima do levantamento do mês anterior. Já para 2024, a previsão é de 66,8% (alta de 3,7 pontos percentuais). Eles esperam ainda que o Produto Interno Bruto (PIB) da Argentina cresça 4,1% neste ano, alta de 0,5 ponto porcentual ante o mês anterior.
De acordo com informações da Reuters, existem pessoas na Argentina que estão recorrendo à reciclagem de lixões ou fazendo fila para trocar seus pertences em clubes de troca.
– O país deve registrar seu maior aumento nos preços este ano desde um período de hiperinflação por volta de 1990, um caso extremo mesmo em um mundo que luta amplamente para controlar a inflação impulsionada pela invasão russa à Ucrânia – reportou a Reuters.
Uma das pessoas ouvidas pela agência de notícias foi Sergio Omar, que passa 12 horas por dia vasculhando montanhas de lixo de um aterro sanitário em Lujan, a 65 quilômetros de Buenos Aires. Ele disse que sua renda não é mais suficiente.
Omar, que tem 41 anos de idade, busca papelão, plástico e metal para vender. Segundo ele, o custo dos alimentos aumentou muito nos últimos meses e ficou difícil alimentar sua família de cinco filhos.
Segundo o homem, há muita crise e existe um número crescente de trabalhadores informais, que vão ao depósito de lixo para encontrar qualquer coisa que possa ser vendida. Por dia, ele pode ganhar entre 2 mil e 6 mil pesos (13 a 40 dólares) vendendo lixo reciclável.
– O dobro de pessoas está vindo aqui porque há muita crise – relatou.
Outra pessoa ouvida pela Reuters foi Sandra Contreras, que durante uma das piores crises do país, em 2001, criou o Lujan Barter Club. A entidade estaria “decolando” de novo porque há gente trocando itens (roupas, etc) por um saco de farinha ou macarrão.
Contreras disse que “as pessoas chegam muito desesperadas” e fazem fila duas horas antes da abertura do local.
– As pessoas chegam muito desesperadas, seus salários não são suficientes, as coisas estão piorando a cada dia – contou.
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