Petrobras cumprirá compromisso de vender refinarias, afirma Sachsida

O compromisso da Petrobras com o Cade previa que oito refinarias deveriam ser vendidas até o fim de 2021, o que não ocorreu.

Petrobras cumprirá compromisso de vender refinarias, afirma Sachsida

O ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, afirmou nesta segunda-feira, 26, durante a abertura da Rio, Oil and Gas 2022, que a Petrobras vai vender todas as refinarias que se comprometeu com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) a desinvestir. No mesmo evento, Caio Paes de Andrade, presidente da estatal, disse que a companhia pretende investir US$ 2,8 bilhões em ações para mitigação de emissões de carbono nos próximos cinco anos.

 

O compromisso da Petrobras com o Cade previa que oito refinarias deveriam ser vendidas até o fim de 2021, o que não ocorreu. A única refinaria de fato assumida por outro controlador foi a unidade da Bahia, ex-Rlam e hoje Refinaria de Mataripe, comprada pelo fundo de investimento árabe Mubadala.

 

“Tenho certeza de que a Petrobras vai vender todas as refinarias que estão acordadas”, disse Sachsida. O ministro criticou a alta tributação do setor de petróleo e gás, afirmando que “tributar em 30% insumos básicos para a indústria é tecnicamente um equívoco”, defendendo as reduções tributárias do setor promovidas pelo governo Jair Bolsonaro – e que ajudaram a diminuir o preço dos combustíveis.

Paes de Andrade, que faz tratamento contra um carcinoma, discursou por meio de vídeo. Na abertura da feira, ele foi representado pelo diretor de exploração e produção da estatal, Fernando Borges.

 

O presidente da estatal disse que o foco da Petrobras ainda é o pré-sal, que definiu como o “ativo de maior valor da empresa e uma das províncias petrolíferas mais importantes do mundo”. Ao mesmo tempo, porém, ele afirmou que a empresa busca desenvolver novas fronteiras de exploração, no que citou a Margem Equatorial, no litoral do Nordeste e do Norte.

 

Diesel

 

Uma eventual crise no abastecimento do diesel S10, o menos poluente e mais consumido no Brasil, foi descartada por agentes do setor na 20.ª Rio, Oil & Gas, que se realiza até quinta-feira, no Rio de Janeiro.

 

“Aquele cenário que se enxergou mais difícil lá atrás continua difícil, mas de fato não teve nenhuma falta até agora, e olhando os estoques a gente vê que vai continuar com o produto disponível”, explicou o diretor de operações da Ipiranga, Francisco Ganzer.

 

Segundo ele, mesmo com a Petrobras não seguindo liturgicamente os preços internacionais, as importações de diesel continuam sendo feitas e são necessárias para atender os clientes da Ipiranga. No momento, explicou, os preços da Petrobras estão alinhados com os do mercado internacional, apesar das últimas reduções de preço no mercado interno.

 

“Não é questão de o preço ser vantajoso ou não, eu tenho de importar, o País tem déficit de 25% e precisa importar, independentemente da disparidade de preços”, explicou, informando que a diversificação de regiões para importar o produto tem ajudado a empresa a manter o abastecimento.

 

Além de distribuir combustíveis no território nacional, a Ipiranga é uma das três grandes importadoras privadas, com a Vibra e a Raízen (joint venture da Shell e Cosan). A Petrobras também importa o produto e domina a produção do combustível no mercado interno.

 

Presente no debate, o superintendente da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Rubens Freitas, afirmou que este ano foi um grande teste para a agência em termos de abastecimento de combustíveis no País, principalmente de diesel S10 e de gás liquefeito de petróleo (GLP), produtos que dependem de importação.

 

“Desde março, estamos monitorando diariamente os estoques, principalmente de diesel S10, com a ajuda dos agentes do mercado, buscando mitigar esses eventos que afetam o abastecimento. Este ano ainda tivemos a guerra na Ucrânia, que mudou o cenário”, avaliou Freitas, que defende o aumento no prazo para a formação de estoques de combustíveis no Brasil. “Na União Europeia, os estoques são de 60 dias da demanda interna, e, no Brasil, isso fica muito aquém do necessário para nos tranquilizar.”

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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