Lula diz agora que Bolsonaro não tem “coragem de fazer comício”.

Petista voltou a atacar o presidente neste domingo.

Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente Jair Bolsonaro Fotos: EFE/Mario Guzmán // PR/Isac Nóbrega

Em encontro com trabalhadoras domésticas no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (SP), neste domingo (4), o candidato à Presidência pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva, fez novo aceno ao segmento feminino. O petista destacou Dilma Rousseff como primeira presidente mulher do país e disse que ela “foi tirada do governo por uma sacanagem, por uma bicicletada que inventaram”.

Ao criticar o presidente Jair Bolsonaro (PL), sem mencioná-lo, Lula afirmou que “o cara que votou para tirar ela não dá nem bicicletada, dá motociata” porque não teria coragem de fazer comício.

– Dilma foi tirada do governo por uma sacanagem, por uma bicicletada que inventaram. A Dilma foi tirada e o tal do cara que votou para tirar ela não dá nem bicicletada, dá motociata – afirmou Lula.

E seguiu:

– Ele não tem coragem de fazer comício. Quando vai é para fazer comício com militares, militantes dele. Ele não se mistura com povo pobre, porque sabe que mente demais. Não é Lula que está dizendo, é a imprensa – afirmou.

Lula voltou a prometer que, se eleito, criará um Ministério da Mulher.

– Não vai ser mais uma secretaria, vai ser um ministério. Mulheres são maioria neste país e já mostraram ter competência para exercer qualquer função em qualquer lugar no mundo e no Brasil também – disse.

O aceno acontece após declarações ditas pelo ex-presidente em relação ao público feminino e que tiveram grande repercussão nas redes sociais. Durante um comício em Belém na noite de quinta-feira (1º) por exemplo, Lula disse que trabalho doméstico é “serviço da mulher” ao mencionar que o homem tem que ter a “dignidade de ajudar na cozinha”.

Em ato realizado no Vale do Anhangabaú, em São Paulo, no dia 20 de agosto, Lula também acumulou outra polêmica.

– Mão de homem não foi feita para bater em mulher. Quer bater em mulher? Vá bater em outro lugar, mas não dentro da sua casa ou no Brasil, porque nós não podemos aceitar mais isso – disse na ocasião.

No evento deste domingo, Lula reforçou a pauta de igualdade de oportunidades e disse que, se eleito, não vai “prejudicar ninguém”.

– Não quero que a filha da empregada doméstica prejudique o filho do patrão dela. A única coisa que eu quero é que o filho da empregada doméstica tenha a mesma oportunidade de disputar a mesma vaga com qualquer pessoa do mundo – ressaltou.

LULA DIZ QUE BOLSONARO “USA” RELIGIÃO
Em aceno ao segmento evangélico, Lula disse que Bolsonaro é “mentiroso” e “usa o nome de Jesus em vão para tentar enganar a boa-fé dos homens e mulheres”. O petista convocou apoiadores a atuar contra a “fábrica de mentiras” que atuou em 2018, quando Fernando Haddad (PT) concorreu à Presidência.

– A maior mentira que [Bolsonaro] conta por dia é evocar Deus toda hora. Ele está mentindo. Ele usa o nome de Jesus em vão para tentar enganar a boa-fé dos homens e mulheres – criticou.

E continuou:

– Nós queremos estabelecer uma outra relação com a sociedade. Estado não tem religião. Estado não pode ter religião. Estado precisa tratar todas as religiões com respeito – defendeu.

O ex-presidente voltou a falar que em 2003, durante a sua gestão, foi criada a Lei de Liberdade Religiosa, e em 2009 a Marcha para Jesus. Disse também que no governo de Dilma foi sancionado o Dia do Evangelho.

*AE

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